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Virar a página, uma ambição e uma esperança
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo

Na sua primeira coluna de opinião do novo ano no Dinheiro Vivo, o presidente da AEP escreve sobre o virar de página que espera e ambiciona para 2022.

Luís Miguel Ribeiro refere o virar de página da AEP "a um processo muito duro e exigente, mas que agora nos permite olhar para o futuro com outra ambição", após ter concluído em 2021, com sucesso e antes do período contratualizado, a liquidação do saldo do sindicato bancário no âmbito do PER - Processo Especial de Revitalização a que teve de recorrer em 2013, mas faz também "uma análise fora de portas". O presidente da AEP lembra que "as empresas são a espinha dorsal da economia e que, por isso mesmo é urgente alcançar uma rápida recuperação económica, pelo menos ao nível pré-pandemia", considerando que "também aqui é essencial virar a página, o que requer um acelerado regresso à normalidade na vertente pandémica".


Leia a coluna na íntegra:

Virar a página

No meu primeiro artigo do novo ano, a minha ambição e esperança vão no sentido de que 2022 corresponda mesmo a um "virar a página". Tenho forte convicção de que assim será!

No que toca à vida interna da nossa Associação, é com orgulho que hoje posso dizer que a AEP enfrenta um novo ciclo, que vem reforçar ainda mais a nossa capacidade de atuação na defesa dos interesses das empresas e garantir a nossa sustentabilidade.

A AEP concluiu em 2021 - com sucesso e antes do período contratualizado - a liquidação do saldo do sindicato bancário no âmbito do PER - Processo Especial de Revitalização a que teve de recorrer em 2013. Um objetivo só alcançado com a colaboração e o empenho de todos os dirigentes e colaboradores da AEP. Para nós é o virar a página a um processo muito duro e exigente, mas que agora nos permite olhar para o futuro com outra ambição. O tecido empresarial pode contar com uma AEP ainda mais forte no que toca à defesa e ao apoio à força motriz da economia.

Passando agora para uma análise fora de portas, volto a lembrar que as empresas são a espinha dorsal da economia e que, por isso mesmo é urgente alcançar uma rápida recuperação económica, pelo menos ao nível pré-pandemia.

Também aqui é essencial virar a página, o que requer um acelerado regresso à normalidade na vertente pandémica. É desejável e expectável que o alcancemos muito em breve. Ultrapassada a vertente sanitária, Portugal precisa de entrar na fase de recuperação económica e adaptação estrutural, com acréscimos sustentados de produtividade e competitividade, o que passará por investir mais, inovar, reindustrializar, exportar mais (e com mais valor), gerar excedentes no saldo externo, reduzir os fortes desequilíbrios nas contas públicas, eliminar custos de contexto, aproveitar as oportunidades e desafios das transições digital e climática, requalificar as pessoas e, com tudo isto, gerar muito mais valor e riqueza.

Só com estas condições reunidas será possível praticar melhores níveis de remuneração, reter e atrair talento e mão-de-obra especializada, que é escassa e necessária, num mercado de trabalho em acelerada mudança.

Todos sabemos que os períodos eleitorais são propícios a colocar as questões de natureza político-partidária no centro das atenções, mas não podemos esquecer as verdadeiras prioridades e preocupações que o país deve ter. Todos, sem exceção, devem conjugar esforços para que possamos verdadeiramente virar a página!


Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal