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(Re)Qualificar para competir, uma lista de propostas

Uma lista de propostas para resolver os entraves com que as empresas se deparam ao nível da qualificação dos seus recursos humanos. Este é o resultado de um trabalho de reflexão levado a cabo com vários especialistas ligados às empresas, à Academia e a consultoras e que foi apresentado na Conferência “(Re)Qualificar para Competir”, realizada na AEP no passado dia 5 de dezembro.

Nas empresas e na formação profissional

A encabeçar a lista, a (re)qualificação de ativos empregados que “deve ser assumida como uma responsabilidade coletiva, envolvendo as empresas, mas também as políticas públicas”. Neste capítulo, importa reforçar o papel determinante das empresas e redirecionar os incentivos para a formação de ativos. “As empresas têm que compreender que é vital para a sua atividade que o nível de qualificação dos seus trabalhadores seja mais elevado, e que é seu dever participar neste processo através de iniciativas que permitam e incentivem os trabalhadores para estes processos formativos”, afirma-se no estudo. A requalificação (permanente) dos empresários é outra das medidas propostas, um trabalho em que se deve “contar com o envolvimento das associações empresariais, e designadamente dos seus centros de formação empresarial, bem como de outras entidades como escolas profissionais, centros tecnológicos ou escolas de negócios”. Ainda ao nível da (re)qualificação de ativos empregados, o estudo aponta também para o fomento do relacionamento inter-geracional, uma oportunidade para o aprofundamento de conhecimentos, experiências, atitudes e ligação às empresas.

formação profissional é outro dos pontos da lista, em relação à qual o estudo sublinha a necessidade de reconverter jovens qualificados desempregados, de reforçar a notoriedade do Ensino Profissional e de reforçar o papel das associações empresariais que “possuem hoje uma experiência de décadas neste tipo de formação”. 

Em todos os graus de ensino

As propostas do estudo promovido pela AEP para (Re)Qualificar para Competir abrangem também o ensino, envolvendo todos os graus. No caso do Ensino Superior, considera-se que sendo o ensino “a primeira missão” das suas instituições, “é precisamente aquela que hoje regista uma maior necessidade de reestruturação”. Assim, é imperioso não só rever e atualizar os curricula, como também reforçar a aproximação às empresasalargar o âmbito do ensino e rever as regras de acreditação de cursos.

Atualizar os curricula é, também, necessário no Ensino Básico e Secundário, “muito condicionado pela questão das avaliações, demasiado focado nas avaliações e nos resultados das avaliações, em vez de ter como principal enfoque as questões da aprendizagem e das competências”. Propõe-se, assim, a revisão do atual modelo de avaliação, complementada pela formação de professores, com um papel fundamental no processo educativo.

Veja aqui todas as propostas de ação em detalhe

Conferência “(Re)Qualificar para Competir” foi a primeira de um ciclo de conferências a realizar pela AEP que irá abordar diferentes temáticas com impacto significativo na competitividade da Economia nacional, em particular das empresas, e que terá em consideração os princípios e os objetivos para um desenvolvimento sustentável: Respeito pelo Ambiente | Desenvolvimento Económico | Valorização das Pessoas. 

Sendo uma iniciativa que visa contribuir para um futuro melhor, terá como horizonte um período de, pelo menos, 5 anos.  O ano de 2019 foi dedicado à importante temática das qualificações e das competências, designadamente ao modo como estas irão evoluir nas próximas décadas e qual o seu impacto ao nível da economia e da criação de riqueza, e que será analisado em três vertentes distintas: Academia (compreende todo o sistema de Educação e Formação – em particular o ensino universitário e politécnico), Empresas (compreende as empresas e outras organizações, de diversos setores, públicas ou privadas) e Pessoas (engloba atuais e futuros trabalhadores: geração X, geração Y - millennials - e geração Z - iGen).