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Que modelo económico para Portugal?

Até ao próximo dia 30 de janeiro continuaremos a assistir a um amplo debate em torno de qual será o melhor modelo económico para o nosso país. 

É evidente que na defesa das diferentes opções está o caráter ideológico dos distintos partidos, ora assentes num maior centralismo e intervenção do Estado na economia, ora num modelo liberal, com o Estado a assumir sobretudo um caráter regulador.

Ideologias à parte, é conveniente olharmos atentamente, e com rigor, para a evolução da economia portuguesa, para os seus maiores desequilíbrios estruturais – já existentes antes da pandemia por Covid-19, muitos dos quais se agravaram durante esta fase, e para a evolução de outros países europeus, em particular para os principais concorrentes diretos.

Uma das missões do Departamento de Estudos e Estratégia da AEP é precisamente a de acompanhar de forma próxima e tentar antecipar tendências das dinâmicas socioeconómicas, através do tratamento e análise exaustiva de diversas fontes secundárias de informação, nacionais e internacionais, bem como através de fontes primárias, com destaque para as que resultam de uma auscultação direta às empresas, mediante a elaboração de inquéritos regulares.

Este observatório permanente tem-nos permitido elaborar diversos documentos, que integram, juntamente com a parte mais analítica, um vasto conjunto de recomendações, no sentido da AEP poder influenciar as políticas públicas que, direta ou indiretamente, têm implicações na atividade empresarial e, por essa via, na nossa economia. 

Como o Presidente da AEP tem por diversas vezes sublinhado, as empresas são a força motriz da economia, pelo que as políticas públicas têm a obrigação de criar um ambiente mais favorável ao desenvolvimento da atividade empresarial, que não seja inibidor, mas potenciador da melhoria da produtividade e da competitividade.

Num contexto em que estamos ainda a recuperar dos graves impactos da pandemia – que afetou amplamente o tecido empresarial –, o farol das políticas públicas deve ser o apoio ao potencial produtivo, que é o que suporta um modelo económico mais sustentável e, simultaneamente, permite que o país possa atender às preocupações sociais sem hipotecar o futuro, como a AEP teve oportunidade de realçar por ocasião da sua apreciação à proposta do Orçamento de Estado para 2022, chumbado na Assembleia da República e o mote para a realização das eleições legislativas antecipadas. 
 
Maria de Lurdes Fonseca
AEP | Departamento de Estudos e Estratégia