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Que Acordo de Parceria? Apostar no apoio às empresas
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo

O presidente da AEP dedica a sua mais recente coluna de opinião no Dinheiro Vivo ao Acordo de Parceria que identifica objetivos e prioridades da aplicação em Portugal do Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027, em fase de consulta pública.

Para Luís Miguel Ribeiro"ao contrário do que sucede com o Plano de Recuperação e Resiliência, o Portugal 2030 terá de priorizar o setor empresarial privado – aquele que fundamentalmente cria riqueza e emprego, exporta e contribui para o equilíbrio externo e orçamental", sublinhando que "qualquer estratégia sem o foco no apoio às empresas conduzirá a uma oportunidade perdida, que perdurará além desta década".

Leia a coluna na íntegra:


Que Acordo de Parceria?

Está em consulta pública o Acordo de Parceria, que identifica objetivos e prioridades da aplicação em Portugal do Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027.

Da dotação global de mais de 50 mil milhões de euros, cerca de 23 mil milhões correspondem ao Portugal 2030, programados em cinco objetivos estratégicos europeus, concretizados em quatro agendas e mobilizados através de quatro Programas Operacionais (PO) Temáticos: Inovação e Transição Digital; Ação Climática e Sustentabilidade; Demografia, Qualificação e Inclusão; e Mar; aos quais somam os sete PO Regionais e a Assistência Técnica.

Reafirmo a importância estratégica das quatro agendas, agora vertidas nos PO, com vista à forte recuperação da economia portuguesa e da convergência com o nível de vida dos países europeus mais desenvolvidos. 

Tal, impõe um crescimento económico muito acima do valor médio europeu. Ao contrário do que sucede com o Plano de Recuperação e Resiliência, o Portugal 2030 terá de priorizar o setor empresarial privado – aquele que fundamentalmente cria riqueza e emprego, exporta e contribui para o equilíbrio externo e orçamental. 

O apoio ao investimento empresarial contribuirá, de forma direta e indireta, para todas as agendas temáticas. 

Em comparação com o Portugal 2020, não parece haver diferenças na alocação relativa entre os valores globais dos PO Temáticos, Regionais e Assistência Técnica. Contudo, o problema está no reduzido nível de detalhe (quantitativo e qualitativo) do documento, que não permite aferir a concretização da prioridade prometida para as empresas no Portugal 2030. 

Os fundos europeus têm constituído um importante instrumento de financiamento e de estímulo ao investimento empresarial. Os estudos mostram que “
os Sistemas de Incentivos produzem um impacto positivo no desempenho das empresas apoiadas ao nível do investimento (nomeadamente em capital fixo), da qualificação de recursos humanos, da inovação, da competitividade e da internacionalização das empresas. Esses impactos tendem a perdurar no tempo, ou até a acentuar-se, para além da duração do apoio”.

Por isso, qualquer estratégia sem o foco no apoio às empresas conduzirá a uma oportunidade perdida, que perdurará além desta década.

É no apoio às empresas que devem ser colocadas “todas as fichas”, por ser uma aposta claramente ganha!

 
Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 27.11.2021