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Previsível estabilidade permite reformas necessárias
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo

Na sua coluna de opinião quinzenal no Dinheiro Vivo, o presidente da AEP escreve sobre a "previsível estabilidade" resultante das eleições legislativas que vai permitir que sejam feitas as reformas estruturais de que o país tanto precisa.

Luís Miguel Ribeiro sublinha que "do ponto de vista governativo, Portugal reúne agora as condições para encetar as reformas estruturais que precisa e que os nossos empresários diariamente - e justamente - reclamam" e que será o apoio inequívoco ao esforço das empresas na recuperação da economia que "permitirá à economia portuguesa crescer acima da média europeia e, com isso, criar condições para elevar o nível de remunerações em Portugal".

Leia a coluna na íntegra:


Previsível estabilidade permite reformas necessárias

A semana iniciou com um marco distinto do ponto de vista político, com o Partido Socialista (PS) a atingir a maioria absoluta nas eleições legislativa antecipadas. Tendo em conta as sucessivas previsões das sondagens, os resultados eleitorais revelaram-se surpreendentes. 

Partindo do princípio que a maioria absoluta é o cenário pós-eleitoral que dá mais garantias de estabilidade governativa, quero acreditar que os próximos quatro anos vão trazer políticas públicas inseridas numa estratégia acertada e consequente para a recuperação e o progresso económico e social do País.

Independentemente do partido, a estabilidade governativa é importante para o País, e está agora garantida, configurando um quadro político mais previsível, fator essencial para as empresas e os agentes económicos planearem a sua atividade da melhor forma.

A estimativa rápida da evolução do PIB, divulgada pelo INE esta semana, aponta para um crescimento real de 4,9% em 2021. É uma boa notícia, tendo em conta que se trata do maior crescimento desde 1990, mas acontece após a forte queda em 2020 (-8,4%), a mais grave das últimas seis décadas, na sequência dos efeitos da pandemia.

A leitura dos números é clara e significa que ainda não conseguimos atingir o nível de atividade pré-pandemia, apesar do crescimento significativo dos fluxos do comércio internacional, permitindo que o contributo da procura externa líquida fosse menos negativo em 2021, novamente graças ao enorme esforço das empresas. 

Portugal vai receber muitos milhões de euros ao longo dos próximos anos (PRR e Portugal 2030), mas também vai ter desafios muito sérios, quer internos quer condicionados pela envolvente externa (subida das taxas de juro).

Do ponto de vista governativo, Portugal reúne agora as condições para encetar as reformas estruturais que precisa e que os nossos empresários diariamente - e justamente - reclamam. 

É preciso apoiar, de forma inequívoca, todo o esforço das empresas na recuperação da economia. Este é o rumo que permitirá à economia portuguesa crescer acima da média europeia e, com isso, criar condições para elevar o nível de remunerações em Portugal.

Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 05.02.2022