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Partilhar conhecimento para acrescentar valor
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo

Na sua mais recente coluna de opinião no Dinheiro Vivo, o presidente da AEP escreve sobre a importância da colaboração e transferência de conhecimento entre as entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional e as empresas no processo de inovação, fundamental para o nosso país alcançar uma trajetória de crescimento e desenvolvimento económico sustentado.

Luís Miguel Ribeiro refere o projeto Desafio 2030, promovido promovido pela Fundação AEP e encerrado recentemente, com "um papel muito relevante, ao criar condições para que a colaboração no domínio da I&D se possa materializar em resultados efetivos do ponto de vista económico, constituindo-se como uma boa parte da resposta aos problemas e desafios que as empresas nacionais enfrentam neste domínio".

Leia a coluna:


Partilhar conhecimento para acrescentar valor

É consensual que Portugal tem de elevar o seu nível de produtividade, por forma a alcançar uma trajetória de crescimento e desenvolvimento económico sustentado. Nessa trajetória, um dos principais caminhos é o da inovação, pela capacidade significativa que tem de gerar maior valor acrescentado, maior produtividade e competitividade para o tecido empresarial.

Por isso, é tão importante promover a colaboração e a transferência de conhecimento entre as entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional e as empresas, através da ativação de ações estratégicas, com processos colaborativos e de inovação aberta.

Apesar dos progressos alcançados, o nosso rácio de despesa de I&D total no PIB situa-se, ainda, cerca de 30% abaixo da média europeia, um diferencial que se agrava para 40% no rácio da I&D empresarial.

Os relatórios europeus de inovação continuam a mostrar que o impacto económico do conhecimento gerado pela Academia e, em geral, pelas entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, apesar de uma melhoria, mantém-se ainda relativamente baixo, refletindo-se em pesos reduzidos das exportações de produtos de média e alta tecnologia e de serviços intensivos em conhecimento.

É por isso que o Desafio 2030 - um projeto promovido pela Fundação AEP, cujo encerramento teve lugar esta semana, assume um papel muito relevante, ao criar condições para que a colaboração no domínio da I&D se possa materializar em resultados efetivos do ponto de vista económico, constituindo-se como uma boa parte da resposta aos problemas e desafios que as empresas nacionais enfrentam neste domínio.

Nesta aproximação e colaboração entre os "dois mundos" - o académico e o empresarial -, com linguagens quase sempre distintas, mas com ambições também quase sempre complementares, sabemos que há vontade de ambas as partes, com uma elevada proporção de académicos a pretender aumentar a colaboração com as empresas e uma proporção, também significativa, de empresas envolvidas em atividades de colaboração a pretender manter ou aumentar essa colaboração.

Os fundos europeus, em particular através do Portugal 2030, devem continuar a estimular e a apoiar iniciativas com o propósito do Desafio 2030, um vetor crucial para a inovação, a reindustrialização, a sustentabilidade e, de um modo geral, para elevar o potencial de crescimento económico e do nosso nível de vida, aproximando-o dos países mais avançados da União Europeia.

Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 23.07.2022