Notícias
Para o presidente da AEP, algo terá de mudar...
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo
"Tal como está, a política fiscal penaliza a ambição das empresas em crescer e a ambição dos cidadãos em alcançar maiores níveis de remuneração".
Na sua mais recente coluna de opinião no Dinheiro Vivo, o presidente da AEP, Luís Miguel Ribeiro congratula-se com os números do primeiro trimestre para a economia portuguesa, mas manifesta a sua preocupação com a competitividade fiscal do nosso país.
Leia a coluna:
Algo terá de mudar…
Depois da Comissão Europeia e do FMI, também a OCDE reviu em forte alta o crescimento da economia portuguesa: para 2.5% em 2023 (em novembro previa 1%), uma projeção no meio do intervalo dos valores dos outros dois organismos internacionais e que é superior à do governo (1,8%).
Segundo a OCDE, este ano o nosso PIB crescerá acima da média da zona euro (0.9%) e abrandará para 1.5% em 2024, exatamente em linha com o projetado para a zona euro.
A puxar pelo PIB estarão o investimento e as exportações. O Plano de Recuperação e Resiliência terá um impacto positivo no investimento público, mas a OCDE não deixou de alertar para o risco da sua baixa execução, com impactos na evolução da economia.
Já quanto à inflação, a OCDE é menos otimista que o governo, perspetivando uma desaceleração dos preços para 5.7% em 2023 e 3.3% em 2024. Contudo, quaisquer que venham a ser os valores, certo é que o poder de compra continuará a diminuir, com implicações diretas no consumo.
A OCDE também não deixou de sublinhar o elevado endividamento do nosso país, mantendo-se com o terceiro mais alto rácio da dívida pública, em percentagem do PIB, entre os países da União Europeia, apesar da trajetória descendente.
Num contexto muito volátil, as projeções valem o que valem. No entanto, os números do primeiro trimestre para a economia portuguesa confirmam o segundo maior crescimento do PIB em cadeia e o quinto maior em termos homólogos, entre os 22 países da União Europeia com dados.
São números muito positivos, que devemos saudar, pois a ambição de crescer é uma prioridade. Para crescer e subir no ranking do PIB per capita em paridade de poder de compra, onde Portugal tem vindo a perder posição, é preciso melhorar a competitividade fiscal. A carga fiscal sobre as empresas e as famílias deve baixar de modo significativo, por forma a atrair e a reter investimento e talento, o que permitirá criar mais riqueza. Tal como está, a política fiscal penaliza a ambição das empresas em crescer e a ambição dos cidadãos em alcançar maiores níveis de remuneração.
É com profunda preocupação que vejo Portugal muito mal posicionado nos rankings internacionais de competitividade em matéria fiscal: no índice global é o terceiro pior classificado entre os 38 países da OCDE, ocupa o penúltimo lugar no ranking da fiscalidade aplicada às empresas e o último na componente que avalia a complexidade fiscal (onde se incluem as inúmeras taxas e sobretaxas aplicadas às empresas).
Algo terá de mudar!
Na sua mais recente coluna de opinião no Dinheiro Vivo, o presidente da AEP, Luís Miguel Ribeiro congratula-se com os números do primeiro trimestre para a economia portuguesa, mas manifesta a sua preocupação com a competitividade fiscal do nosso país.
Leia a coluna:
Algo terá de mudar…
Depois da Comissão Europeia e do FMI, também a OCDE reviu em forte alta o crescimento da economia portuguesa: para 2.5% em 2023 (em novembro previa 1%), uma projeção no meio do intervalo dos valores dos outros dois organismos internacionais e que é superior à do governo (1,8%).
Segundo a OCDE, este ano o nosso PIB crescerá acima da média da zona euro (0.9%) e abrandará para 1.5% em 2024, exatamente em linha com o projetado para a zona euro.
A puxar pelo PIB estarão o investimento e as exportações. O Plano de Recuperação e Resiliência terá um impacto positivo no investimento público, mas a OCDE não deixou de alertar para o risco da sua baixa execução, com impactos na evolução da economia.
Já quanto à inflação, a OCDE é menos otimista que o governo, perspetivando uma desaceleração dos preços para 5.7% em 2023 e 3.3% em 2024. Contudo, quaisquer que venham a ser os valores, certo é que o poder de compra continuará a diminuir, com implicações diretas no consumo.
A OCDE também não deixou de sublinhar o elevado endividamento do nosso país, mantendo-se com o terceiro mais alto rácio da dívida pública, em percentagem do PIB, entre os países da União Europeia, apesar da trajetória descendente.
Num contexto muito volátil, as projeções valem o que valem. No entanto, os números do primeiro trimestre para a economia portuguesa confirmam o segundo maior crescimento do PIB em cadeia e o quinto maior em termos homólogos, entre os 22 países da União Europeia com dados.
São números muito positivos, que devemos saudar, pois a ambição de crescer é uma prioridade. Para crescer e subir no ranking do PIB per capita em paridade de poder de compra, onde Portugal tem vindo a perder posição, é preciso melhorar a competitividade fiscal. A carga fiscal sobre as empresas e as famílias deve baixar de modo significativo, por forma a atrair e a reter investimento e talento, o que permitirá criar mais riqueza. Tal como está, a política fiscal penaliza a ambição das empresas em crescer e a ambição dos cidadãos em alcançar maiores níveis de remuneração.
É com profunda preocupação que vejo Portugal muito mal posicionado nos rankings internacionais de competitividade em matéria fiscal: no índice global é o terceiro pior classificado entre os 38 países da OCDE, ocupa o penúltimo lugar no ranking da fiscalidade aplicada às empresas e o último na componente que avalia a complexidade fiscal (onde se incluem as inúmeras taxas e sobretaxas aplicadas às empresas).
Algo terá de mudar!
Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 10.06.2023
In Dinheiro Vivo 10.06.2023