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Olhar para 2021 com esperança
A opinião do presidente da AEP, Luís Miguel Ribeiro, no Dinheiro Vivo

Começou um novo ano, olhado por todos com muita esperança na recuperação da atividade económica e social. Todas as medidas de apoio à economia são muito relevantes. Devem estar todas no terreno e devem prolongar-se pelo menos enquanto os efeitos da pandemia perdurarem, o que muito provavelmente ultrapassará o primeiro semestre do ano. A execução dos fundos europeus terá um papel central na recuperação – escreve Luís Miguel Ribeiro, presidente da AEP, no Dinheiro Vivo:

Um Bom Ano!

Começou um novo ano, apontado por muitos – desde os principais líderes mundiais ao cidadão comum – como um ano de Esperança.

Esperança na recuperação da atividade económica e social, cujo ritmo dependerá fortemente da cadência da vacinação em massa da população mundial, para se alcançar a imunidade de grupo, uma aspiração dificultada pelo surgimento de novas estirpes, não necessariamente mais graves, mas com maior grau de contágio.

Para este primeiro trimestre as empresas portuguesas perspetivam a manutenção da quebra acentuada no seu volume de negócios, associada ao ainda não restabelecimento na sua carteira de encomendas.

Admitindo um cenário de controlo da pandemia por Covid-19 no 1º semestre do ano, a maior parte das empresas espera que o regresso da atividade à situação de normalidade venha a ocorrer apenas em 2022, como mostra o inquérito que a AEP tem neste momento em curso.
Entre as principais dificuldades que enfrentam está a escassez da procura, a redução da margem das vendas e a dificuldade de mão-de-obra com qualificação adequada.

É por isso que todas as medidas de apoio à economia são muito relevantes. Devem estar todas no terreno e devem prolongar-se pelo menos enquanto os efeitos da pandemia perdurarem, o que muito provavelmente ultrapassará o primeiro semestre do ano.

A execução dos fundos europeus terá um papel central na recuperação. É preciso que toda a regulamentação e tramitação estejam rapidamente concluídas, para que as empresas possam aceder aos apoios. Um acesso que deverá ocorrer livre de burocracias. Já bastam as burocracias que enfrentam atualmente em diversas matérias, às quais que se vão juntar as decorrentes do novo enquadramento no relacionamento económico com o Reino Unido.

Sendo o Reino Unido um dos nossos principais mercados, apesar do Acordo de Comércio e Cooperação com a União Europeia prever direitos aduaneiros nulos e contingentes pautais com isenção de direitos para todas as mercadorias que cumpram as regras de origem adequadas existirá uma maior complexidade para as empresas nas formalidades aduaneiras.

A AEP, através da sua larga experiência na emissão de Certificados de Origem, está já a acompanhar e orientar as empresas no sentido de lhes facilitar o acesso ao mercado britânico, contribuindo para que as exportações portuguesas voltem a registar taxas de crescimento elevadas neste novo contexto.  

Um Bom Ano!

Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 09.01.2021