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Novo contexto exige mais ação!
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo

Na sua mais recente coluna de opinião no Dinheiro Vivo, o presidente da AEP escreve sobre o que os empresários esperam do novo Governo.

"O novo contexto exige mais ação", de acordo com Luís Miguel Ribeiro, e "mais do que os nomes, verdadeiramente interessam as políticas que vão ser desenvolvidas".

O presidente da AEP defende, assim, "uma ação imediata e eficaz, que atenda rapidamente aos problemas conjunturais, sem esquecer os de ordem estrutural, como a reforma da Administração Pública, da Justiça e do Sistema Fiscal, que permita libertar recursos para a economia, nomeadamente através da redução da carga fiscal e da melhoria de vários fatores que condicionam o ambiente de negócios e tornam o nosso país menos competitivo".

Leia a coluna na íntegra:


Novo contexto exige mais ação!

Esta semana tomou posse o novo Governo, com novos nomes em áreas de particular relevância para as empresas. Contudo, mais do que os nomes, verdadeiramente interessam as políticas que vão ser desenvolvidas.

O Ministro que tutela a pasta da Economia - agora Ministério da Economia e do Mar - esteve na génese da "Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030" e, nesse sentido, tem já uma reflexão estratégica sobre os principais obstáculos e os desafios que o país e as empresas enfrentam. Recentemente, tive a oportunidade de transmitir a António Costa Silva muitos dos problemas que diariamente as empresas nos sinalizam, fortemente agravados pelos impactos da pandemia e do conflito internacional Rússia/Ucrânia, como é o caso da subida vertiginosa das matérias-primas energéticas e não energéticas.

Os empresários esperam do novo Governo uma ação imediata e eficaz, que atenda rapidamente aos problemas conjunturais, sem esquecer os de ordem estrutural, como a reforma da Administração Pública, da Justiça e do Sistema Fiscal, que permita libertar recursos para a economia, nomeadamente através da redução da carga fiscal e da melhoria de vários fatores que condicionam o ambiente de negócios e tornam o nosso país menos competitivo.

No ano passado, Portugal caiu duas posições no ranking do PIB per capita em paridades de poder de compra, entre os 27 países da União Europeia, para o 21.º lugar (19.º no ano pré-pandemia). No início deste milénio estávamos em 15.º.

Para inverter a trajetória de empobrecimento relativo do nosso país, os empresários esperam que o novo Governo desenvolva políticas públicas ajustadas, que estimulem o aumento permanente da capacidade produtiva.

A este propósito, vale a pena olhar para os alertas e os bons conselhos do Banco de Portugal no seu Boletim Económico de março:
"Neste contexto, as respostas de política económica nacionais e europeias são cruciais para assegurar a manutenção de um crescimento sustentado. É importante que Portugal revele capacidade para absorver os recursos disponíveis do PRR e que estes se materializem num aumento permanente da capacidade produtiva. Para convergir com a União Europeia é também fundamental continuar a aumentar as qualificações da população e a produtividade".

Tal como o Banco de Portugal, também a AEP tem alertado neste sentido. Contudo, relembro, que isto só se consegue com uma forte articulação entre os vários ministérios, - uma "Task Force interministerial" para a melhoria da competitividade da economia portuguesa.

Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 02.04.2022