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Outra vez! E agora?
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo

O presidente do CA da AEP dedica a sua mais recente coluna de opinião no Dinheiro Vivo à instabilidade política criada com a queda do Governo e consequente realização de eleições legislativas antecipadas. 

Olhando com "redobrada preocupação para as possíveis consequências da atual situação política no nosso país", Luís Miguel Ribeiro considera que "na missão dos políticos deve estar a de fazer tudo o que está ao seu alcance para evitar riscos de natureza interna, pois os vários riscos de natureza externa os políticos não os podem controlar". E acrescenta que "entre as prioridades, quer do Governo em gestão, quer de todos os responsáveis políticos, devem estar os principais projetos que asseguram o crescimento do país, onde se inclui a célere implementação dos fundos europeus".

Leia a coluna na íntegra:


Outra vez! E agora?

Decorrido menos de um ano das anteriores eleições legislativas, vamos outra vez a votos! 

Não houve a desejável responsabilidade política, extensível a todos os partidos com assento parlamentar, para evitar que o país recorra novamente a eleições e crie uma instabilidade política que não precisava de todo – já nos basta a fase conturbada e de enorme incerteza que vivemos a nível internacional.

Olho com redobrada preocupação para as possíveis consequências da atual situação política no nosso país, ao colocar ainda maior entropia no funcionamento da administração pública. Precisamos de uma administração pública mais eficaz e mais eficiente, onde os processos de decisão sejam mais céleres, em particular nas matérias que direta ou indiretamente se relacionam com as empresas. 

Qual será o impacto deste “compasso de espera” até que um novo Governo venha a tomar posse? É muito difícil antever a sua magnitude, mas na auscultação que a AEP está a realizar junto do tecido empresarial é muito clara a perceção de que a crise política em Portugal pode afetar significativamente a atividade empresarial.

O que virá a seguir? Corremos o risco de avançarmos para umas eleições cujo resultado poderá não trazer uma solução, ao não permitir uma clarificação, em termos da estabilidade necessária na governação, e lançar o nosso país num período ainda mais difícil.

Tenho esperança de que todos os que têm responsabilidade política estejam à altura de assegurar o clima de confiança, a boa imagem do país e a criação de condições favoráveis ao desenvolvimento da atividade das empresas, fatores essenciais para manter a atratividade de Portugal, nomeadamente ao nível do investimento, que tanto a economia portuguesa precisa, para crescer de forma robusta e duradora. Na missão dos políticos deve estar a de fazer tudo o que está ao seu alcance para evitar riscos de natureza interna, pois os vários riscos de natureza externa os políticos não os podem controlar. Entre as prioridades, quer do Governo em gestão, quer de todos os responsáveis políticos, devem estar os principais projetos que asseguram o crescimento do país, onde se inclui a célere implementação dos fundos europeus.

Luís Miguel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração
da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 14.03.2025