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O relatório Draghi
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo
O presidente do Conselho de Administração da AEP dedica a sua mais recente coluna de opinião no Dinheiro Vivo ao relatório de Mario Draghi sobre o futuro da competitividade da Europa.
Para Luís Miguel Ribeiro, "é necessário agir, e muito rapidamente, por forma a inverter o enfraquecimento da posição relativa da Europa e a restabelecer a sua capacidade competitiva".
Leia a coluna na íntegra:
O relatório Draghi
No seu relatório The future of European competitiveness, Mario Draghi coloca o “dedo na ferida” quanto ao baixo crescimento da economia da União Europeia (UE), apesar das várias estratégias implementadas.
Draghi salienta que o acentuado abrandamento da produtividade tem conduzido a um crescente fosso entre o PIB europeu e o dos Estados Unidos da América (EUA), com consequências na perda do rendimento per capita real disponível, que cresceu quase duas vezes menos na UE do que nos EUA, desde o início do milénio. Sublinha que a diferença de produtividade é explicada, em grande medida, pelo setor tecnológico, face à insuficiência da UE nas tecnologias emergentes que impulsionarão o crescimento futuro. Alerta que a UE está a entrar no primeiro período da sua história recente em que o crescimento económico não será suportado pelo aumento da população, prevendo-se uma perda de cerca de 2 milhões de trabalhadores por ano até 2040.
A Europa terá de se apoiar mais na produtividade, com um reforço substancial do investimento. Identifica três áreas prioritárias de ação: orientação profunda dos esforços coletivos para colmatar o défice de inovação com os EUA e a China; plano conjunto para a descarbonização e a competitividade, que obriga a uma coordenação de políticas, pois de outro modo em vez de uma oportunidade corre-se o risco da descarbonização ser contrária à competitividade europeia e ao seu crescimento; e aumento da segurança e redução da dependência, nomeadamente de fornecedores de matérias-primas essenciais, especialmente da China.
Prossegue, as estratégias industriais de hoje – como se viu nos EUA e na China – combinam múltiplas políticas. As regras de tomada de decisão da UE não evoluíram substancialmente à medida que se alargou e o ambiente global se tornou mais hostil e complexo. Um processo de decisão política e legislativo lento e desagregado faz com que a UE tenha menos capacidade de resposta. Impõe-se uma nova estratégia industrial para a Europa, a fim de ultrapassar estas e outras barreiras. Sem apoio do setor público (financiamento comum), o setor privado não será capaz de suportar o financiamento das avultadas necessidades de investimento.
Não posso estar mais de acordo com tudo isto. É necessário agir, e muito rapidamente, por forma a inverter o enfraquecimento da posição relativa da Europa e a restabelecer a sua capacidade competitiva.
Para Luís Miguel Ribeiro, "é necessário agir, e muito rapidamente, por forma a inverter o enfraquecimento da posição relativa da Europa e a restabelecer a sua capacidade competitiva".
Leia a coluna na íntegra:
O relatório Draghi
No seu relatório The future of European competitiveness, Mario Draghi coloca o “dedo na ferida” quanto ao baixo crescimento da economia da União Europeia (UE), apesar das várias estratégias implementadas.
Draghi salienta que o acentuado abrandamento da produtividade tem conduzido a um crescente fosso entre o PIB europeu e o dos Estados Unidos da América (EUA), com consequências na perda do rendimento per capita real disponível, que cresceu quase duas vezes menos na UE do que nos EUA, desde o início do milénio. Sublinha que a diferença de produtividade é explicada, em grande medida, pelo setor tecnológico, face à insuficiência da UE nas tecnologias emergentes que impulsionarão o crescimento futuro. Alerta que a UE está a entrar no primeiro período da sua história recente em que o crescimento económico não será suportado pelo aumento da população, prevendo-se uma perda de cerca de 2 milhões de trabalhadores por ano até 2040.
A Europa terá de se apoiar mais na produtividade, com um reforço substancial do investimento. Identifica três áreas prioritárias de ação: orientação profunda dos esforços coletivos para colmatar o défice de inovação com os EUA e a China; plano conjunto para a descarbonização e a competitividade, que obriga a uma coordenação de políticas, pois de outro modo em vez de uma oportunidade corre-se o risco da descarbonização ser contrária à competitividade europeia e ao seu crescimento; e aumento da segurança e redução da dependência, nomeadamente de fornecedores de matérias-primas essenciais, especialmente da China.
Prossegue, as estratégias industriais de hoje – como se viu nos EUA e na China – combinam múltiplas políticas. As regras de tomada de decisão da UE não evoluíram substancialmente à medida que se alargou e o ambiente global se tornou mais hostil e complexo. Um processo de decisão política e legislativo lento e desagregado faz com que a UE tenha menos capacidade de resposta. Impõe-se uma nova estratégia industrial para a Europa, a fim de ultrapassar estas e outras barreiras. Sem apoio do setor público (financiamento comum), o setor privado não será capaz de suportar o financiamento das avultadas necessidades de investimento.
Não posso estar mais de acordo com tudo isto. É necessário agir, e muito rapidamente, por forma a inverter o enfraquecimento da posição relativa da Europa e a restabelecer a sua capacidade competitiva.
Luís Miguel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração
da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 14.09.2024
da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 14.09.2024