Notícias
Mais uma vez… a enorme fragilidade da Europa
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo
O presidente da AEP dedica a sua mais recente coluna de opinião no Dinheiro Vivo, às consequências económicas da intervenção militar da Rússia na Ucrânia que evidenciaram a "enorme fragilidade" da Europa, "face à excessiva dependência de países terceiros em matérias-primas essenciais".
Luís Miguel Ribeiro sublinha o facto de mais uma vez as empresas enfrentarem "um contexto internacional adverso e incerto, com as perspetivas económicas a acentuarem riscos descendentes, que minam a confiança dos agentes económicos".
Leia a coluna na íntegra:
Mais uma vez…
Mais uma vez, a Europa mostra a sua enorme fragilidade, face à excessiva dependência de países terceiros em matérias-primas essenciais. Desta vez, energéticas, onde a Rússia é origem do fornecimento à Europa de 40% do gás natural.
Mais uma vez, agora em consequência da intervenção militar da Rússia na Ucrânia, as empresas confrontam-se com uma subida em flecha nos custos de produção, que rapidamente se repercutirão no preço final dos bens. Já está a acontecer, face à impossibilidade de absorver na sua margem de negócio a escalada dos custos das matérias-primas, energéticas e não energéticas. O preço do petróleo atingia a meio desta semana cerca de 120 dólares por barril, 77% acima do valor inscrito na proposta do Orçamento do Estado para 2022 (entretanto chumbada).
Mais uma vez, a par do aumento explosivo dos custos operacionais, as empresas terão de contar com um agravamento dos custos financeiros, face à perspetiva de aumento das taxas de juro, o que num país endividado como o nosso tem sérias consequências. Neste âmbito, é importante lembrar que nesta altura é exigido às empresas portuguesas um esforço acrescido de liquidez, associado ao pagamento das moratórias financeiras e fiscais. É, também, importante lembrar que Portugal apoiou diretamente a economia sobretudo através da modalidade de empréstimos, em vez das subvenções a fundo perdido, pelo que o aumento do endividamento terá um impacto amplificado com o aumento das taxas de juro.
Mais uma vez, as empresas enfrentam um contexto internacional adverso e incerto, com as perspetivas económicas a acentuarem riscos descendentes, que minam a confiança dos agentes económicos.
Mais uma vez, é desencadeada uma onda de solidariedade, agora para com o povo ucraniano. Cidadãos, empresas e instituições, onde se inclui a AEP, voltam a demonstrar o elevado espírito solidário. As políticas públicas são igualmente muito relevantes. O acolhimento de refugiados, além de razões humanitárias, ajudará a suprir necessidades do mercado de trabalho e o défice crescente de população ativa. Por isso, é de saudar todas as medidas efetivas e decisivas que facilitem a integração de imigrantes e refugiados, com realce para a redução da elevada carga burocrática e o ágil reconhecimento de competências, complementado pela formação necessária a uma melhor inserção nas empresas, onde as associações empresariais poderão desempenhar um importante papel.
Luís Miguel Ribeiro sublinha o facto de mais uma vez as empresas enfrentarem "um contexto internacional adverso e incerto, com as perspetivas económicas a acentuarem riscos descendentes, que minam a confiança dos agentes económicos".
Leia a coluna na íntegra:
Mais uma vez…
Mais uma vez, a Europa mostra a sua enorme fragilidade, face à excessiva dependência de países terceiros em matérias-primas essenciais. Desta vez, energéticas, onde a Rússia é origem do fornecimento à Europa de 40% do gás natural.
Mais uma vez, agora em consequência da intervenção militar da Rússia na Ucrânia, as empresas confrontam-se com uma subida em flecha nos custos de produção, que rapidamente se repercutirão no preço final dos bens. Já está a acontecer, face à impossibilidade de absorver na sua margem de negócio a escalada dos custos das matérias-primas, energéticas e não energéticas. O preço do petróleo atingia a meio desta semana cerca de 120 dólares por barril, 77% acima do valor inscrito na proposta do Orçamento do Estado para 2022 (entretanto chumbada).
Mais uma vez, a par do aumento explosivo dos custos operacionais, as empresas terão de contar com um agravamento dos custos financeiros, face à perspetiva de aumento das taxas de juro, o que num país endividado como o nosso tem sérias consequências. Neste âmbito, é importante lembrar que nesta altura é exigido às empresas portuguesas um esforço acrescido de liquidez, associado ao pagamento das moratórias financeiras e fiscais. É, também, importante lembrar que Portugal apoiou diretamente a economia sobretudo através da modalidade de empréstimos, em vez das subvenções a fundo perdido, pelo que o aumento do endividamento terá um impacto amplificado com o aumento das taxas de juro.
Mais uma vez, as empresas enfrentam um contexto internacional adverso e incerto, com as perspetivas económicas a acentuarem riscos descendentes, que minam a confiança dos agentes económicos.
Mais uma vez, é desencadeada uma onda de solidariedade, agora para com o povo ucraniano. Cidadãos, empresas e instituições, onde se inclui a AEP, voltam a demonstrar o elevado espírito solidário. As políticas públicas são igualmente muito relevantes. O acolhimento de refugiados, além de razões humanitárias, ajudará a suprir necessidades do mercado de trabalho e o défice crescente de população ativa. Por isso, é de saudar todas as medidas efetivas e decisivas que facilitem a integração de imigrantes e refugiados, com realce para a redução da elevada carga burocrática e o ágil reconhecimento de competências, complementado pela formação necessária a uma melhor inserção nas empresas, onde as associações empresariais poderão desempenhar um importante papel.
Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 05.03.2022
In Dinheiro Vivo 05.03.2022