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Confiança em quebra e inflação a aumentar
Envolvente Empresarial evidencia abrandamento da atividade e riscos para a economia

A atividade nos vários setores em abrandamento contínuo, após uma forte retoma do PIB no 2º trimestre, mas ainda com tendência geralmente positiva está em evidência na Envolvente Empresarial de novembro, desenvolvida conjuntamente pela AEP, AIP e CIP.

Contudo, os dados mais recentes, após o corte de dados deste número da publicação, mostram já uma retração da confiança dos agentes económicos em novembro (indicador de clima) – após vários meses em alta –, que certamente reflete um agravamento da pandemia na Europa. O surgimento de uma nova variante Covid-2019 de preocupação, caso se venha a verificar que piora a situação pandémica, poderá agravar a quebra de confiança e prejudicar a retoma económica.

Outro problema associado é o aumento da inflação homóloga, que na área euro atingiu 4,9% em novembro (IHPC), pressionando em alta o valor em Portugal, que ainda não atinge níveis tão altos (2,6% nesse mês), embora o índice de preços da produção industrial já registe subidas de dois dígitos, refletindo o aumento do custo de matérias-primas e produtos intermédios, devido a problemas nas cadeias de abastecimento causados pela pandemia.

Ainda que o BCE mantenha que a subida da inflação é apenas temporária, o tema não é consensual e paira o risco de um aperto antecipado das condições monetárias se o choque de oferta causado pela pandemia e a inflação elevada persistirem, resta saber qual o grau de tolerância do BCE. 

O Presidente da Reserva Federal já inverteu o discurso e refere agora que a inflação poderá afinal não ser temporária e levar a uma retirada antecipada dos estímulos monetários.

Para já, as taxas de juro ainda não reagiram em alta significativa, mas os movimentos nos mercados financeiros podem ser súbitos e escalar rapidamente, como mostra o passado recente (crise de dívidas soberanas), sendo um risco para Portugal, atendendo ao elevado rácio de dívida pública no PIB.

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