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As pessoas são a solução, não o problema: parte II
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo

Na sua mais recente coluna de opinião no Dinheiro Vivo, o presidente do Conselho de Administração da AEP louva a aprovação do Plano de Ação para as Migrações, "por assentar precisamente nos princípios de que Portugal precisa de imigrantes por motivos demográficos, sociais e económicos. Por reconhecer que a imigração tem de ser regulada e fiscalizada, acompanhada de uma integração humanista e de uma abordagem proativa de atração de talento estrangeiro"

Para Luís Miguel Ribeiro, "um dos méritos do plano é o reconhecimento da necessidade da estreita articulação com as associações empresariais", manifestando a recetividade da AEP nessa colaboração.

Leia, na íntegra:


As pessoas são a solução, não o problema: parte II

É sobejamente conhecido o enorme desafio demográfico que Portugal e a Europa, em geral, enfrentam. O saldo migratório positivo tem evitado a queda da população residente no nosso país. No imediato, suprir o grave constrangimento da falta de mão-de-obra, mais e menos qualificada, que as empresas enfrentam, passa obrigatoriamente pelos fluxos migratórios, pois pela via do saldo natural o problema só se resolveria a longo prazo.

Pelo seu perfil mais jovem, o célere, adequado e eficaz acolhimento e integração de imigrantes terá impactos sociais muito significativos, particularmente no rejuvenescimento populacional. 

É neste contexto que louvo a aprovação do Plano de Ação para as Migrações, por assentar precisamente nos princípios de que Portugal precisa de imigrantes por motivos demográficos, sociais e económicos. Por reconhecer que a imigração tem de ser regulada e fiscalizada, acompanhada de uma integração humanista e de uma abordagem proativa de atração de talento estrangeiro. 

As medidas pretendem disciplinar a entrada de estrangeiros no país, mas, repito, todo o sistema de acolhimento e integração de imigrantes terá de ser célere, adequado e eficaz, para que funcione de uma forma efetiva, evitando processos demorados na contratação de estrangeiros por parte das empresas.

A resolução dos mais de 400 mil processos pendentes é apenas uma ínfima parte do problema. 

Um dos méritos do plano é o reconhecimento da necessidade da estreita articulação com as associações empresariais, com a “criação de canais dedicados”, envolvendo o levantamento de necessidades que alinhem as carências atuais e futuras de mão-de-obra da economia nacional e a formação profissional e capacitação dos cidadãos estrangeiros, bem como a integração dos trabalhadores imigrantes, no sentido de minorar as dificuldades (linguísticas e outras) na procura ativa de emprego e desenvolvimento de competências sociais facilitadoras da entrada no mercado de trabalho.

Com a sua experiência e consciência da importância do sucesso deste plano, a AEP mostra-se recetiva nesta estreita colaboração. Aliás, através da sua área de formação, já tem vindo a realizar ações que promovem a qualificação e integração de imigrantes no mercado de trabalho português, através de cursos de língua portuguesa com certificação.

Como tenho vindo a sublinhar, as pessoas são a solução e não o problema!

Luís Miguel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração
da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 08.06.2024