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Ano novo, desafios antigos… agravados
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo

Na sua primeira coluna de opinião de 2023 no Dinheiro Vivo, o presidente da AEP reforça a ambição e a esperança sublinhada no mesmo espaço no início de 2022: "que o novo ano corresponda a um 'virar a página'"

Recordando os desafios então referidos, Luís Miguel Ribeiro destaca que "hoje, todos estes grandes desafios estruturais se mantêm", acrescentando que "alguns acentuaram-se perante o cenário de enorme incerteza".

Leia o artigo na íntegra;


Ano novo, desafios antigos…

Neste meu primeiro artigo de opinião de 2023 reforço a ambição e a esperança que sublinhei neste mesmo espaço no início de 2022: que o novo ano corresponda a um “virar a página”. 

Na altura, referi que Portugal precisava de entrar numa fase de recuperação e adaptação estrutural, com acréscimos sustentados de produtividade e competitividade, o que passaria por investir mais, inovar mais, reindustrializar, exportar mais (e com mais valor), gerar excedentes no saldo externo, reduzir os desequilíbrios nas contas públicas, eliminar custos de contexto, aproveitar as oportunidades e os desafios das transições digital e climática, requalificar as pessoas e, com tudo isto, gerar muito mais riqueza, para ser possível praticar melhores níveis de remuneração, reter e atrair talento e mão-de-obra especializada, que é escassa e necessária, num mercado de trabalho em acelerada mudança.

Também no meu primeiro artigo, mas de há dois anos, destaquei que a execução dos fundos europeus teria um papel central na recuperação do país, enfatizei a necessidade de que toda a regulamentação e tramitação estivessem rapidamente concluídas, para que as empresas pudessem aceder aos apoios, livre de burocracias.

Hoje, todos estes grandes desafios estruturais se mantêm. Alguns acentuaram-se perante o cenário de enorme incerteza. 

É esperado um ano de forte desaceleração do PIB, com a inflação a abrandar, mas a manter-se elevada, e com aperto das condições financeiras, que têm consequências na perda do poder de compra e nas intenções de investimento. As empresas enfrentarão o duplo enfraquecimento da procura, interna e externa. A diversificação de mercados de exportação (para fora da União Europeia) é relevante. São, normalmente, destinos longínquos, pelo que os ganhos de escala empresarial e o envolvimento das associações empresariais são cruciais. A atual paralisação dos portos nacionais é um problema sério a esta ambição.

Juntam-se os “velhos” desafios da capitalização das empresas e da dinâmica demográfica.

São todos fatores críticos, que aprofundarei ao longo dos meus próximos artigos.

Bom ano!
Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 07.01.2023