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A internacionalização tem um papel crucial
Um artigo de Andrés Baltar na revista BOW 30
O papel da internacionalização na afirmação de Portugal
Num mundo cada vez mais conectado e global, a internacionalização tem desempenhado um papel crucial na afirmação do nosso país além-fronteiras, com as exportações a impulsionar a economia portuguesa e a acelerar o PIB, a produtividade e a criação de valor. A diversificação de mercados externos, aliada à promoção das exportações, tem sido uma estratégia eficaz para enfrentar desafios, num contexto de incerteza e instabilidade económica.
O papel das exportações é, por isso, determinante na consolidação da presença portuguesa nos mercados internacionais – diversificar mercados e ampliar o alcance de produtos e serviços Made in Portugal deve estar no radar das empresas e dos empresários portugueses, apostando na conquista de novos mercados e aumentando a capacidade produtiva, reduzindo a dependência a um mercado interno cada vez mais restrito.
Até agora a dimensão das empresas portuguesas tem permitido não só manter, mas também ampliar o peso das exportações no PIB. Relembro que passámos de 20% das exportações no PIB em 2020, para que esta meta dos 50% atingidos em 2022, e que esta meta dos 50% era apontada como atingível apenas em 2027 – o desempenho das empresas portuguesas tem sido notável.
Hoje, 56% das exportações nacionais estão concentradas em apenas 4 países, o que nos torna mais vulneráveis às oscilações da procura nessas economias. Se a este indicador juntarmos mais dois factos – de que 60% das empresas exportadoras são pequenas e todas juntas representam menos de 10% do volume total das nossas exportações e de que as 50 maiores exportadoras nacionais de bens representam quase um terço das exportações nacionais – então temos a certeza que é fundamental as empresas ganharem dimensão, sendo as fusões e aquisições, a par do crescimento orgânico, uma forma de o fazer.Ter dimensão e escala internacional é muito importante para as empresas conseguirem competir com os seus pares europeus pelos melhores e mais desafiantes mercados e pelos clientes mais sofisticados. E é muito importante também para ter condições para diversificar mercados.
No nosso projeto Portugal Export +60’30, em parceria com a AEP, foram identificados 3 pilares de atuação que devem suportar a estratégia de crescimento das exportações nos próximos anos. São eles a inovação, não só tecnológica, mas também em termos de marca, que fará aumentar a qualidade e valor percecionado dos produtos e serviços; o pilar dos Recursos Humanos, pois recursos humanos mais qualificados e comprometidos com a estratégia da empresa são uma mais-valia em termos de competitividade internacional; e o pilar da capacitação e investimento, do ponto de vista de ganho de escala internacional, como forma de conseguir abordar e conquistar novos mercados e novos clientes. O nosso país enfrenta desafios consideráveis no contexto de desglobalização, aumento das taxas de juro, inflação e conflitos globais. A adaptação a essas mudanças requer flexibilidade, diversificação de mercados, investimento em inovação e desenvolvimento e definição de estratégias sólidas para enfrentar as barreiras comerciais e regulatórias emergentes. A capacidade de resposta a esses desafios será fundamental para expandir o sucesso das exportações portuguesas e ambicionar a meta dos 60% do PIB.
A afirmação de Portugal no contexto internacional depende da eficácia das estratégias de exportação e internacionalização, mas também da criação de condições para o aumento do peso das exportações no PIB – o aumento das exportações deve ser um verdadeiro desígnio nacional, pois se as empresas portuguesas forem competitivas a nível internacional é sinal que estão fortes e com capacidade de crescimento, contagiando positivamente todo o ecossistema económico doméstico. Por outro lado, a atração de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) tem sido uma peça-chave na estratégia de internacionalização do nosso país, não apenas através da injeção de capital na economia, mas também através da transferência de conhecimento e de tecnologia, impulsionando a inovação e a sustentabilidade em alguns setores de atividade.
Em resumo, a internacionalização tem sido um instrumento poderoso na afirmação de Portugal no cenário global. Ao continuar a investir em estratégias de internacionalização, Portugal está a reforçar o seu posicionamento no palco mundial, mas também a contribuir ativamente para a construção de um mundo mais conectado, colaborativo e produtivo.
Andrés Baltar, CCO Corporate, novobanco
In Revista BOW 30 – O Papel da Internacionalização na Afirmação de Portugal
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