Ritmo Económico

Ritmo Económico 06/2025 | Desenvolvimento Económico e Coesão em Portugal
Neste sexto número do Ritmo Económico é apresentada, no Capítulo 1, a dinâmica mais recente da economia portuguesa, com os dados da evolução do PIB e suas componentes no primeiro trimestre.
Os dados apresentados constituem motivo de preocupação, pelo abrandamento do crescimento económico, em termos homólogos, e, sobretudo, pela contração do PIB em cadeia. Neste último caso, para se localizar uma queda de magnitude igual ou superior, é preciso recuarmos quatro anos, ao primeiro trimestre de 2021 (na altura com os efeitos da pandemia por Covid-19).
Fonte de preocupação é, também, o contributo negativo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB, em resultado do efeito conjugado do forte abrandamento das exportações, particularmente de bens, e da aceleração das importações.
Significa isto que o crescimento homólogo do PIB assentou unicamente no dinamismo da procura interna, embora com abrandamento quer no consumo privado quer no investimento (FBCF). De assinalar que o aumento do investimento em stocks fez disparar a Formação Bruta de Capital, a única rúbrica que assinala um crescimento expressivo.
No valor acrescentado bruto (VAB), mantém-se forte apreensão quanto à evolução registada pela indústria, o único ramo com retração no primeiro trimestre, que contrasta com o grau de importância da estratégia de reindustrialização do país. No inquérito que a AEP tem em curso, os empresários consideraram, por unanimidade, a reindustrilização do país como uma importante medida a constar na ação imediata do novo Governo.
Nas mais recentes projeções para a economia portuguesa, o Banco de Portugal perspetiva agora um abrandamento do crescimento do PIB para o cômputo do ano de 2025, em vez de uma aceleração!
Certo é que a economia portuguesa terá de continuar a crescer muito acima da média europeia, para nos aproximarmos do nível de desenvolvimento económico dos países europeus mais desenvolvidos, ainda bem distante, como mostram os dados apresentado no Capítulo 2, acerca da coesão.
Dentro do território português, torna-se evidente o enorme fosso entre a região “mais rica” e a região “mais pobre”, quando avaliadas pelo PIB per capita em paridade de poder de compra, com a Grande Lisboa a registar um PIB per capita que é 2,5 vezes superior ao Tâmega e Sousa.
Os dados sobre a dinâmica da população em idade ativa são, seguramente, um contributo, entre muitos outros, para a distinta situação socioeconómica nos vários territórios.
No Capítulo 3 apresentam-se os resultados do inquérito da AEP, em curso, com vista a percecionar a opinião dos empresários sobre as medidas que gostariam de ver inscritas na ação do novo Governo que tomou posse.
Por último, tendo em conta a informação estatística da evolução da economia portuguesa, complementada com a informação que, regularmente, a AEP obtém junto dos seus associados, através de inquéritos, apresenta-se no Capítulo 4 um conjunto de propostas que a AEP defende, algumas das quais já apresentadas em momentos anteriores.
Crescer mais e melhorar a coesão são objetivos que o novo Ministério da Economia e Coesão deve priorizar com forte determinação, através de um conjunto de medidas que os empresários reafirmam.
Os empresários são, também, muito claros quanto ao papel e às prioridades que deve ter o novo Ministério da Reforma do Estado, que devem passar pela total desburocratização na relação do Estado com as empresas, simplificando todo o enquadramento administrativo, legal, judicial, fiscal e garantindo da sua previsibilidade, e que, por isso, é uma medida que a AEP reafirma nas propostas que apresenta.
Lurdes Fonseca
AEP - Departamento de Estudos e Estratégia
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Os dados apresentados constituem motivo de preocupação, pelo abrandamento do crescimento económico, em termos homólogos, e, sobretudo, pela contração do PIB em cadeia. Neste último caso, para se localizar uma queda de magnitude igual ou superior, é preciso recuarmos quatro anos, ao primeiro trimestre de 2021 (na altura com os efeitos da pandemia por Covid-19).
Fonte de preocupação é, também, o contributo negativo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB, em resultado do efeito conjugado do forte abrandamento das exportações, particularmente de bens, e da aceleração das importações.
Significa isto que o crescimento homólogo do PIB assentou unicamente no dinamismo da procura interna, embora com abrandamento quer no consumo privado quer no investimento (FBCF). De assinalar que o aumento do investimento em stocks fez disparar a Formação Bruta de Capital, a única rúbrica que assinala um crescimento expressivo.
No valor acrescentado bruto (VAB), mantém-se forte apreensão quanto à evolução registada pela indústria, o único ramo com retração no primeiro trimestre, que contrasta com o grau de importância da estratégia de reindustrialização do país. No inquérito que a AEP tem em curso, os empresários consideraram, por unanimidade, a reindustrilização do país como uma importante medida a constar na ação imediata do novo Governo.
Nas mais recentes projeções para a economia portuguesa, o Banco de Portugal perspetiva agora um abrandamento do crescimento do PIB para o cômputo do ano de 2025, em vez de uma aceleração!
Certo é que a economia portuguesa terá de continuar a crescer muito acima da média europeia, para nos aproximarmos do nível de desenvolvimento económico dos países europeus mais desenvolvidos, ainda bem distante, como mostram os dados apresentado no Capítulo 2, acerca da coesão.
Dentro do território português, torna-se evidente o enorme fosso entre a região “mais rica” e a região “mais pobre”, quando avaliadas pelo PIB per capita em paridade de poder de compra, com a Grande Lisboa a registar um PIB per capita que é 2,5 vezes superior ao Tâmega e Sousa.
Os dados sobre a dinâmica da população em idade ativa são, seguramente, um contributo, entre muitos outros, para a distinta situação socioeconómica nos vários territórios.
No Capítulo 3 apresentam-se os resultados do inquérito da AEP, em curso, com vista a percecionar a opinião dos empresários sobre as medidas que gostariam de ver inscritas na ação do novo Governo que tomou posse.
Por último, tendo em conta a informação estatística da evolução da economia portuguesa, complementada com a informação que, regularmente, a AEP obtém junto dos seus associados, através de inquéritos, apresenta-se no Capítulo 4 um conjunto de propostas que a AEP defende, algumas das quais já apresentadas em momentos anteriores.
Crescer mais e melhorar a coesão são objetivos que o novo Ministério da Economia e Coesão deve priorizar com forte determinação, através de um conjunto de medidas que os empresários reafirmam.
Os empresários são, também, muito claros quanto ao papel e às prioridades que deve ter o novo Ministério da Reforma do Estado, que devem passar pela total desburocratização na relação do Estado com as empresas, simplificando todo o enquadramento administrativo, legal, judicial, fiscal e garantindo da sua previsibilidade, e que, por isso, é uma medida que a AEP reafirma nas propostas que apresenta.
Lurdes Fonseca
AEP - Departamento de Estudos e Estratégia