Ritmo Económico

Ritmo Económico 01/2025
No primeiro número do Ritmo Económico de 2025 é apresentada uma breve análise da atividade económica em Portugal e no mundo.
Na economia portuguesa, para 2025, o investimento é apontado como a componente do PIB que vai alavancar o crescimento. Do lado da procura externa é de realçar o previsível crescimento das importações acima das exportações, traduzindo um contributo negativo da procura externa líquida, um sinal nada animador para a evolução do PIB.
O mercado de trabalho manter-se-á resiliente, em termos de emprego e taxa de desemprego.
A trajetória das contas públicas manter-se-á favorável, com uma contínua redução do peso da dívida pública na criação de riqueza.
Numa perspetiva microeconómica, apesar dos dados da demografia das empresas espelharem um aumento do número de empresas com processos de insolvência, assistimos a uma subida do rácio entre o número de nascimentos e o de encerramentos.
Nos indicadores de confiança e de clima económico, a melhoria deste último assenta na evolução favorável dos setores da Construção e obras públicas, do Comércio e dos Serviços. O indicador de confiança dos consumidores retraiu no mês de dezembro.
Apesar da melhoria do VAB da indústria no 3º trimestre de 2024, após cinco trimestres em retração, os indicadores de confiança da indústria transformadora continuam em queda.
Na economia mundial, prevê-se uma ligeira aceleração nas economias avançadas, nomeadamente na Área Euro, que ainda assim continuará a crescer muito pouco, sendo de sublinhar o clima de incerteza na França e Alemanha (2º e 3º clientes de Portugal) e nos EUA (4º cliente e 1º fora da Europa). De notar que nos resultados do inquérito da AEP, as empresas manifestaram forte preocupação quanto aos impactos previstos destes três mercados na sua atividade.
Quanto às economias emergentes e em desenvolvimento, prevê-se que continuarão a crescer a um bom ritmo.
Os resultados do “Inquérito da AEP sobre as perspetivas da atividade económica para 2025” revelam um forte alinhamento com a evolução positiva da economia portuguesa e mundial, ao registarem uma redução da proporção de empresas que apontam para uma diminuição do volume de negócios em 2025, conferindo uma perspetiva ligeiramente otimista em termos globais. Contudo, este otimismo não é tão acentuado nas empresas industriais.
Nos fatores com impacto negativo na atividade empresarial, os “Custos com a energia”, os “Custos de transportes/logísticos” e a “Disponibilidade de mão-de-obra” surgem, por esta ordem, como os mais relevantes em 2025. A procura, interna e externa, destaca-se como o único fator em que existe uma perceção menos otimista para 2025, face ao observado em 2024.
Entre outros fatores/riscos considerados relevantes para a evolução da atividade empresarial em 2025, constam: a instabilidade geopolítica e económica; a deterioração da competitividade; as condições do mercado de trabalho; e os já habituais custos de contexto.
Tudo isto pode ser, com maior ou menor grau, profundamente alterado pelo contexto internacional muito incerto e adverso, que ninguém pode prever!
Lurdes Fonseca
AEP - Departamento de Estudos e Estratégia
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Na economia portuguesa, para 2025, o investimento é apontado como a componente do PIB que vai alavancar o crescimento. Do lado da procura externa é de realçar o previsível crescimento das importações acima das exportações, traduzindo um contributo negativo da procura externa líquida, um sinal nada animador para a evolução do PIB.
O mercado de trabalho manter-se-á resiliente, em termos de emprego e taxa de desemprego.
A trajetória das contas públicas manter-se-á favorável, com uma contínua redução do peso da dívida pública na criação de riqueza.
Numa perspetiva microeconómica, apesar dos dados da demografia das empresas espelharem um aumento do número de empresas com processos de insolvência, assistimos a uma subida do rácio entre o número de nascimentos e o de encerramentos.
Nos indicadores de confiança e de clima económico, a melhoria deste último assenta na evolução favorável dos setores da Construção e obras públicas, do Comércio e dos Serviços. O indicador de confiança dos consumidores retraiu no mês de dezembro.
Apesar da melhoria do VAB da indústria no 3º trimestre de 2024, após cinco trimestres em retração, os indicadores de confiança da indústria transformadora continuam em queda.
Na economia mundial, prevê-se uma ligeira aceleração nas economias avançadas, nomeadamente na Área Euro, que ainda assim continuará a crescer muito pouco, sendo de sublinhar o clima de incerteza na França e Alemanha (2º e 3º clientes de Portugal) e nos EUA (4º cliente e 1º fora da Europa). De notar que nos resultados do inquérito da AEP, as empresas manifestaram forte preocupação quanto aos impactos previstos destes três mercados na sua atividade.
Quanto às economias emergentes e em desenvolvimento, prevê-se que continuarão a crescer a um bom ritmo.
Os resultados do “Inquérito da AEP sobre as perspetivas da atividade económica para 2025” revelam um forte alinhamento com a evolução positiva da economia portuguesa e mundial, ao registarem uma redução da proporção de empresas que apontam para uma diminuição do volume de negócios em 2025, conferindo uma perspetiva ligeiramente otimista em termos globais. Contudo, este otimismo não é tão acentuado nas empresas industriais.
Nos fatores com impacto negativo na atividade empresarial, os “Custos com a energia”, os “Custos de transportes/logísticos” e a “Disponibilidade de mão-de-obra” surgem, por esta ordem, como os mais relevantes em 2025. A procura, interna e externa, destaca-se como o único fator em que existe uma perceção menos otimista para 2025, face ao observado em 2024.
Entre outros fatores/riscos considerados relevantes para a evolução da atividade empresarial em 2025, constam: a instabilidade geopolítica e económica; a deterioração da competitividade; as condições do mercado de trabalho; e os já habituais custos de contexto.
Tudo isto pode ser, com maior ou menor grau, profundamente alterado pelo contexto internacional muito incerto e adverso, que ninguém pode prever!
Lurdes Fonseca
AEP - Departamento de Estudos e Estratégia