Envolvente Empresarial - Newsletter

Newsletter Envolvente Empresarial - setembro 2022

Newsletter Envolvente Empresarial - setembro 2022

A Envolvente Empresarial - Síntese de Conjuntura de setembro dá nota de dados globalmente desfavoráveis sobre a evolução recente da atividade económica.

As recentes previsões do Banco de Portugal (BdP) para 2022 confirmam uma deterioração (não quantificada) das perspetivas sobre o andamento do PIB em volume no 2º semestre e em 2023, ainda que, à primeira vista, a revisão em alta do crescimento económico em 2022, para 6,7% (mais 0,4 pontos percentuais que nas previsões de junho), se afigure positiva, mas tal decorre unicamente de uma melhoria de dados do passado (1º semestre de 2022 e 2021). 

Com efeito, segundo o BdP, “a recuperação mais forte da atividade em 2021 e na primeira metade de 2022 — revelada pelas contas nacionais mais recentes — supera a revisão em baixa na segunda metade de 2022”, explicando a referida revisão em alta do crescimento do PIB no conjunto de 2022”.

O BdP é claro ao referir que “as perspetivas de curto prazo para a economia portuguesa deterioraram-se, refletindo as repercussões da invasão da Ucrânia. O impacto dos choques adversos que ocorreram ao longo do ano será mais notório em 2023, antecipando-se uma desaceleração significativa da atividade económica face a 2022”.

Os dados de conjuntura mais recentes corroboram as perspetivas mais pessimistas do BdP, sendo de realçar o recuo, em setembro, do indicador de clima e dos indicadores de confiança associados, quer o dos consumidores – penalizado pelo ressurgimento das expectativas de subida dos preços (num mês em que a inflação atingiu um máximo de 30 anos, de 9,3%), que penalizam o poder de compra – quer os das empresas.

Com efeito, o indicador de clima do INE recuou em agosto e setembro, afastando-se do máximo de um ano registado em fevereiro e situando-se já abaixo da média de longo prazo (dados não corrigidos). Para tal contribuiu a queda significativa do indicador de confiança dos consumidores em setembro, atingindo o mínimo desde o início da pandemia, enquanto os indicadores de confiança empresarial corrigiram ligeiramente em alta após um recuo nos meses anteriores, mantendo assim uma tendência descendente. 

Relativamente às expectativas sobre a evolução dos preços, as apreciações dos consumidores ressurgiram em setembro após cinco meses em queda (face ao máximo histórico registado em março, logo após o início da guerra), tendo a evolução sido similar nas empresas quanto às apreciações sobre os preços de venda futuros. 

A perspetiva de aceleração dos preços é ainda mais preocupante depois da estimativa rápida do INE ter mostrado um aumento de 0,4 pontos percentuais da taxa de inflação homóloga (medida pelo Índice de Preços no Consumidor) em setembro, para 9,3%, conforme já referido, o valor mais elevado desde outubro de 1992. Na área euro, a inflação atingiu já os dois dígitos (10,0%, após 9,1% em agosto).

A “Envolvente Empresarial - Síntese de Conjuntura” é uma publicação mensal com os principais dados e indicadores relativos à atividade económica, desenvolvida conjuntamente pela AEP, AIP e CIP. Inclui duas separatas de indicadores, uma para Portugal e outra para a Área Euro.
 
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