Envolvente Empresarial – Análise de Conjuntura

Envolvente Empresarial - 4.º Trimestre 2024
A mais recente Envolvente Empresarial - Análise de Conjuntura evidencia sinais ligeiramente positivos como a aceleração da economia portuguesa, o aumento da criação líquida de empresas, a desalavancagem das PME e a tendência decrescente das taxas de juro.
No terceiro trimestre de 2024, em termos homólogos, o PIB real acelerou novamente (de 1,6% para 1,9%), impulsionado integralmente pela Procura Interna, visto que o contributo da Procura Externa Líquida foi negativo (-0,8 p.p.), assim como ocorrido no trimestre anterior.
O Banco de Portugal, a Comissão Europeia e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) preveem que, em 2024, a economia portuguesa tenha crescido 1,7%. Para 2025, o Banco de Portugal prevê uma aceleração da economia (2,2%).
As projeções do FMI de janeiro apontam para um crescimento do PIB mundial real de 3,2% em 2024 e 3,3% em 2025, previsões que coincidem com os últimos dados da OCDE e da Comissão Europeia.
Relativamente à demografia empresarial, em 2024, a criação líquida de empresas aumentou 3,7%, (para 38.046), devido a uma queda dos nascimentos (-888) maior do que redução dos encerramentos (-2.229), o que, ainda assim, levou a um incremento do rácio de nascimentos por encerramento (de 3,4, para 3,9). O número de empresas com processos de insolvência, aumentou 8,3%.
Os dados do comércio internacional de bens entre janeiro e novembro de 2024, refletem uma ligeira melhoria nas trocas comerciais com o exterior, tendo as exportações e importações de bens registado um crescimento homólogo de 3% e 1,7%, respetivamente. Nos serviços, o excedente da balança de serviços aumentou 7,8% (para 29,1 mil milhões de euros), a traduzir um aumento das exportações (6,9%) superior ao das importações (5,7%). De resto, para a melhoria do saldo continuaram a contribuir as exportações de Viagens e turismo (+8,8%), porém em continua desaceleração.
Em outubro, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu realizar cortes de 25 pontos base nas três taxas de juro diretoras, caindo a taxa central (“refi”) para os 3,40%. Na reunião de dezembro, o Conselho optou por realizar novo corte de 25 pontos base nas três taxas de juro diretoras. Nesse sentido, as taxas de juro aplicáveis à de facilidade permanente de cedência de depósito, às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez caíram para 3%, 3,15% e 3,40%, respetivamente. A Reserva Federal decidiu manter as taxas de juro diretoras “FED Funds” na reunião de outubro e realizar um corte (de 25 pontos base) na reunião de novembro nas taxas de juro diretoras “FED Funds” (para um intervalo de 4,50% a 4,75%). No último mês do ano, a Reserva Federal optou por um novo corte de 25 pontos base para as taxas de juro diretoras “FED Funds” (para um intervalo de 4,25% a 4,5%).
Em termos de estrutura de financiamento das empresas, o recurso ao capital próprio continuou a ganhar peso nas PME no segundo semestre de 2024, em detrimento do financiamento externo, do crédito de fornecedores e de “outros”. Pelo contrário, nas grandes empresas o recurso a “outros” aumentou e a relevância do recurso ao capital próprio, financiamento externo e financiamento via fornecedores diminuiu.
As taxas de juro Euribor a 3, 6 e 12 meses mantiveram uma tendência transversalmente descendente, refletindo a política monetária menos restritiva adotada pelo BCE e uma maior confiança dos mercados sobre o controlo da inflação.
No quarto trimestre de 2024, a taxa de inflação (IHPC) em Portugal aumentou (de 2,4% no terceiro trimestre para 2,8%). Na Área Euro, a inflação manteve-se em 2,2%.
No que se refere ao câmbio, a cotação do euro depreciou 3% face ao terceiro trimestre de 2024 e 0,9% face ao quarto trimestre de 2024. No mês de dezembro, o euro cotou-se a 1,0479 dólares em média mensal, o valor mínimo nos últimos 25 meses.
No mesmo período, observou-se uma tendência mista nos principais índices de preços das matérias-primas face ao trimestre anterior. Por um lado, o índice da energia diminuiu 4,3%. Por outro lado, registaram-se aumentos no índice da agricultura, no índice de metais base e no preço do algodão, de 3,9%, 2,7% e 0,6%, respetivamente.
No quarto trimestre de 2024, o preço do gasóleo antes de impostos diminuiu 13,6% face ao período homólogo do ano anterior e o preço de venda final reduziu 4,6%, tendo o peso da tributação aumentado no quarto trimestre de 2024 (50,5% vs 48,6% no terceiro trimestre de 2024).
No que se refere ao equilíbrio externo, nos primeiros onze meses de 2024, registou-se um excedente de 9,8 mil milhões de euros, que compara com um superavit de 5,5 mil milhões de euros no período homólogo. Para isso, contribuiu substancialmente a melhoria na Balança de bens e serviços, que melhorou de 4 mil milhões de janeiro a novembro de 2023 para 7 mil milhões.
Veja os dados destacados pela AEP
A Envolvente Empresarial - Análise da Conjuntura é uma publicação trimestral desenvolvida conjuntamente pela AEP, AIP e CIP, com informação detalhada da evolução da atividade económica e de outros indicadores, incluindo ainda uma seleção de aspetos relevantes do enquadramento nacional e internacional.
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No terceiro trimestre de 2024, em termos homólogos, o PIB real acelerou novamente (de 1,6% para 1,9%), impulsionado integralmente pela Procura Interna, visto que o contributo da Procura Externa Líquida foi negativo (-0,8 p.p.), assim como ocorrido no trimestre anterior.
O Banco de Portugal, a Comissão Europeia e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) preveem que, em 2024, a economia portuguesa tenha crescido 1,7%. Para 2025, o Banco de Portugal prevê uma aceleração da economia (2,2%).
As projeções do FMI de janeiro apontam para um crescimento do PIB mundial real de 3,2% em 2024 e 3,3% em 2025, previsões que coincidem com os últimos dados da OCDE e da Comissão Europeia.
Relativamente à demografia empresarial, em 2024, a criação líquida de empresas aumentou 3,7%, (para 38.046), devido a uma queda dos nascimentos (-888) maior do que redução dos encerramentos (-2.229), o que, ainda assim, levou a um incremento do rácio de nascimentos por encerramento (de 3,4, para 3,9). O número de empresas com processos de insolvência, aumentou 8,3%.
Os dados do comércio internacional de bens entre janeiro e novembro de 2024, refletem uma ligeira melhoria nas trocas comerciais com o exterior, tendo as exportações e importações de bens registado um crescimento homólogo de 3% e 1,7%, respetivamente. Nos serviços, o excedente da balança de serviços aumentou 7,8% (para 29,1 mil milhões de euros), a traduzir um aumento das exportações (6,9%) superior ao das importações (5,7%). De resto, para a melhoria do saldo continuaram a contribuir as exportações de Viagens e turismo (+8,8%), porém em continua desaceleração.
Em outubro, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu realizar cortes de 25 pontos base nas três taxas de juro diretoras, caindo a taxa central (“refi”) para os 3,40%. Na reunião de dezembro, o Conselho optou por realizar novo corte de 25 pontos base nas três taxas de juro diretoras. Nesse sentido, as taxas de juro aplicáveis à de facilidade permanente de cedência de depósito, às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez caíram para 3%, 3,15% e 3,40%, respetivamente. A Reserva Federal decidiu manter as taxas de juro diretoras “FED Funds” na reunião de outubro e realizar um corte (de 25 pontos base) na reunião de novembro nas taxas de juro diretoras “FED Funds” (para um intervalo de 4,50% a 4,75%). No último mês do ano, a Reserva Federal optou por um novo corte de 25 pontos base para as taxas de juro diretoras “FED Funds” (para um intervalo de 4,25% a 4,5%).
Em termos de estrutura de financiamento das empresas, o recurso ao capital próprio continuou a ganhar peso nas PME no segundo semestre de 2024, em detrimento do financiamento externo, do crédito de fornecedores e de “outros”. Pelo contrário, nas grandes empresas o recurso a “outros” aumentou e a relevância do recurso ao capital próprio, financiamento externo e financiamento via fornecedores diminuiu.
As taxas de juro Euribor a 3, 6 e 12 meses mantiveram uma tendência transversalmente descendente, refletindo a política monetária menos restritiva adotada pelo BCE e uma maior confiança dos mercados sobre o controlo da inflação.
No quarto trimestre de 2024, a taxa de inflação (IHPC) em Portugal aumentou (de 2,4% no terceiro trimestre para 2,8%). Na Área Euro, a inflação manteve-se em 2,2%.
No que se refere ao câmbio, a cotação do euro depreciou 3% face ao terceiro trimestre de 2024 e 0,9% face ao quarto trimestre de 2024. No mês de dezembro, o euro cotou-se a 1,0479 dólares em média mensal, o valor mínimo nos últimos 25 meses.
No mesmo período, observou-se uma tendência mista nos principais índices de preços das matérias-primas face ao trimestre anterior. Por um lado, o índice da energia diminuiu 4,3%. Por outro lado, registaram-se aumentos no índice da agricultura, no índice de metais base e no preço do algodão, de 3,9%, 2,7% e 0,6%, respetivamente.
No quarto trimestre de 2024, o preço do gasóleo antes de impostos diminuiu 13,6% face ao período homólogo do ano anterior e o preço de venda final reduziu 4,6%, tendo o peso da tributação aumentado no quarto trimestre de 2024 (50,5% vs 48,6% no terceiro trimestre de 2024).
No que se refere ao equilíbrio externo, nos primeiros onze meses de 2024, registou-se um excedente de 9,8 mil milhões de euros, que compara com um superavit de 5,5 mil milhões de euros no período homólogo. Para isso, contribuiu substancialmente a melhoria na Balança de bens e serviços, que melhorou de 4 mil milhões de janeiro a novembro de 2023 para 7 mil milhões.
Veja os dados destacados pela AEP
A Envolvente Empresarial - Análise da Conjuntura é uma publicação trimestral desenvolvida conjuntamente pela AEP, AIP e CIP, com informação detalhada da evolução da atividade económica e de outros indicadores, incluindo ainda uma seleção de aspetos relevantes do enquadramento nacional e internacional.