Envolvente Empresarial – Análise de Conjuntura
Envolvente Empresarial - 3.º Trimestre 2024
A Envolvente Empresarial - Análise de Conjuntura relativa ao 3.º trimestre de 2024 evidencia sinais ligeiramente positivos como a aceleração da economia portuguesa e o contínuo abrandamento dos preços na Área Euro e em Portugal.
No segundo trimestre de 2024, em termos homólogos, o PIB real acelerou (de 1,4% para 1,6%), ainda assim, abaixo do crescimento observado no último trimestre de 2023, (2,1%) e das projeções do Governo (1,8%) e do Fundo Monetário Internacional (1,9%), para o conjunto ano. No terceiro trimestre de 2024, segundo a estimativa rápida do INE, a economia cresceu 1,9% face ao período homólogo e 0,2% face ao trimestre anterior.
Para 2024 e 2025, o Governo e o Conselho das Finanças Públicas projetam um crescimento da economia portuguesa de 1,8% e 2,1%, respetivamente. Já o FMI revela-se mais otimista, prevendo um abrandamento ligeiramente menor em 2024 (1,9%) e um crescimento mais robusto em 2025 (2,3%).
Segundo o FMI, a economia mundial deverá abrandar em 2024 (de 3,3% em 2023 para 3,2%), contribuindo para isso a desaceleração das economias em desenvolvimento, visto que as economias avançadas deverão crescer mais em 2024 do que em 2023. Porém, é de salientar que, ainda assim, as economias em desenvolvimento deverão crescer a mais do dobro do ritmo face às economias avançadas (em 2024, 4,2% vs 1,8%, respetivamente). Destaque, em particular, para o dinamismo económico em países como Índia (7,0% em 2024), China (4,8%), Indonésia (5,0%) e Moçambique (4,3%).
Relativamente à demografia empresarial, nos primeiros nove meses de 2024, a criação líquida de empresas diminuiu 2,1%, em termos homólogos (para 39.005), devido a uma queda dos nascimentos (-856) maior do que redução dos encerramentos (-756), o que, ainda assim, levou a um incremento do rácio de nascimentos por encerramento (de 4,2, para 4,4 no mesmo período homólogo). Relativamente ao número de empresas com processos de insolvência, aumentou 9,9%.
Os dados do comércio internacional de bens, entre janeiro e agosto de 2024, refletem uma ligeira melhoria nas trocas comerciais com o exterior, tendo as exportações e importações de bens registado um crescimento homólogo de 2,0% e 0,4%, respetivamente. Nos serviços, o excedente da respetiva balança aumentou 7,8% (para 21,2 mil milhões de euros), a traduzir um aumento das exportações (7,1%) superior ao das importações (6,2%). De resto, para a melhoria do saldo continuaram a contribuir as exportações de Viagens e turismo (+9,2%) - a rubrica com maior peso (mais de 50% do total das exportações de serviços) -, porém em contínua desaceleração.
No que se refere ao equilíbrio externo, nos primeiros oito meses de 2024, registou-se um excedente de 6,9 mil milhões de euros, que compara com 4 mil milhões de euros no período homólogo. Para isso, contribuiu substancialmente a melhoria na Balança de bens e serviços, que melhorou de 3,5 mil milhões de janeiro a agosto de 2023 para 5,3 mil milhões.
Entre julho e outubro, o Banco Central Europeu (BCE) optou por realizar novos cortes nas taxas de juro de referência, caindo a taxa central (“refi”) para os 3,65% e 3,40%, com efeitos a partir do dia 18 de setembro e 23 de outubro, respetivamente. A taxa de juro “facilidade permanente de depósito” diminuiu 25 pontos base em setembro (para 3,5%) e novamente 25 pontos base em outubro e a taxa de juro “facilidade permanente de cedência marginal de liquidez” reduziu 60 pontos base em setembro (para 3,90%) e 25 pontos base em outubro. A Reserva Federal decidiu manter as taxas de juro diretoras “FED Funds” na reunião de julho (num intervalo de 5,25% a 5,50%) e realizar o primeiro corte (de 50 pontos base) na reunião de setembro.
No terceiro trimestre de 2024, a taxa de inflação (IHPC) em Portugal voltou a cair (de 3,1% no segundo trimestre para 2,4%). Na Área Euro, a inflação continua a ceder, sendo que caiu de 2,5% no segundo trimestre de 2024, para 2,2% no terceiro trimestre, após 2,6% no primeiro trimestre de 2024. A tendência da inflação é claramente descendente.
No mesmo período, observou-se uma tendência de reduções nos principais índices de preços das matérias-primas face ao trimestre anterior, nomeadamente nos metais base (-5,8%), energia (-3,8%) e agricultura (-2,9%). O preço do algodão seguiu a mesma trajetória, tendo contraído 6,3%.
No primeiro semestre de 2024, os preços médios da eletricidade sem IVA e outros impostos dedutíveis pagos pela indústria nacional registaram um aumento face ao período homólogo, com maior destaque para os acréscimos no 6º e 7º escalão (38,6% e 33,5%, respetivamente). Portugal apresenta, na generalidade dos escalões, preços bastantes competitivos na eletricidade face à média da União Europeia.
No mesmo semestre, os preços médios nacionais do gás natural sem IVA e outros impostos dedutíveis pagos pela indústria face ao período homólogo revelaram uma nova correção, evidenciando-se as quedas mais significativas do 4º e 5º escalões (-31,9% e -48,7%, respetivamente).
No terceiro trimestre de 2024, o preço do gasóleo antes de impostos diminuiu 11,0% face ao período homólogo do ano anterior e o preço de venda final reduziu 6,7%, tendo o peso da tributação aumentado no terceiro trimestre de 2024 (48,6% vs 46,7% no segundo trimestre de 2024).
Veja os dados destacados pela AEP
A Envolvente Empresarial - Análise da Conjuntura é uma publicação trimestral desenvolvida conjuntamente pela AEP, AIP e CIP, com informação detalhada da evolução da atividade económica e de outros indicadores, incluindo ainda uma seleção de aspetos relevantes do enquadramento nacional e internacional.
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No segundo trimestre de 2024, em termos homólogos, o PIB real acelerou (de 1,4% para 1,6%), ainda assim, abaixo do crescimento observado no último trimestre de 2023, (2,1%) e das projeções do Governo (1,8%) e do Fundo Monetário Internacional (1,9%), para o conjunto ano. No terceiro trimestre de 2024, segundo a estimativa rápida do INE, a economia cresceu 1,9% face ao período homólogo e 0,2% face ao trimestre anterior.
Para 2024 e 2025, o Governo e o Conselho das Finanças Públicas projetam um crescimento da economia portuguesa de 1,8% e 2,1%, respetivamente. Já o FMI revela-se mais otimista, prevendo um abrandamento ligeiramente menor em 2024 (1,9%) e um crescimento mais robusto em 2025 (2,3%).
Segundo o FMI, a economia mundial deverá abrandar em 2024 (de 3,3% em 2023 para 3,2%), contribuindo para isso a desaceleração das economias em desenvolvimento, visto que as economias avançadas deverão crescer mais em 2024 do que em 2023. Porém, é de salientar que, ainda assim, as economias em desenvolvimento deverão crescer a mais do dobro do ritmo face às economias avançadas (em 2024, 4,2% vs 1,8%, respetivamente). Destaque, em particular, para o dinamismo económico em países como Índia (7,0% em 2024), China (4,8%), Indonésia (5,0%) e Moçambique (4,3%).
Relativamente à demografia empresarial, nos primeiros nove meses de 2024, a criação líquida de empresas diminuiu 2,1%, em termos homólogos (para 39.005), devido a uma queda dos nascimentos (-856) maior do que redução dos encerramentos (-756), o que, ainda assim, levou a um incremento do rácio de nascimentos por encerramento (de 4,2, para 4,4 no mesmo período homólogo). Relativamente ao número de empresas com processos de insolvência, aumentou 9,9%.
Os dados do comércio internacional de bens, entre janeiro e agosto de 2024, refletem uma ligeira melhoria nas trocas comerciais com o exterior, tendo as exportações e importações de bens registado um crescimento homólogo de 2,0% e 0,4%, respetivamente. Nos serviços, o excedente da respetiva balança aumentou 7,8% (para 21,2 mil milhões de euros), a traduzir um aumento das exportações (7,1%) superior ao das importações (6,2%). De resto, para a melhoria do saldo continuaram a contribuir as exportações de Viagens e turismo (+9,2%) - a rubrica com maior peso (mais de 50% do total das exportações de serviços) -, porém em contínua desaceleração.
No que se refere ao equilíbrio externo, nos primeiros oito meses de 2024, registou-se um excedente de 6,9 mil milhões de euros, que compara com 4 mil milhões de euros no período homólogo. Para isso, contribuiu substancialmente a melhoria na Balança de bens e serviços, que melhorou de 3,5 mil milhões de janeiro a agosto de 2023 para 5,3 mil milhões.
Entre julho e outubro, o Banco Central Europeu (BCE) optou por realizar novos cortes nas taxas de juro de referência, caindo a taxa central (“refi”) para os 3,65% e 3,40%, com efeitos a partir do dia 18 de setembro e 23 de outubro, respetivamente. A taxa de juro “facilidade permanente de depósito” diminuiu 25 pontos base em setembro (para 3,5%) e novamente 25 pontos base em outubro e a taxa de juro “facilidade permanente de cedência marginal de liquidez” reduziu 60 pontos base em setembro (para 3,90%) e 25 pontos base em outubro. A Reserva Federal decidiu manter as taxas de juro diretoras “FED Funds” na reunião de julho (num intervalo de 5,25% a 5,50%) e realizar o primeiro corte (de 50 pontos base) na reunião de setembro.
No terceiro trimestre de 2024, a taxa de inflação (IHPC) em Portugal voltou a cair (de 3,1% no segundo trimestre para 2,4%). Na Área Euro, a inflação continua a ceder, sendo que caiu de 2,5% no segundo trimestre de 2024, para 2,2% no terceiro trimestre, após 2,6% no primeiro trimestre de 2024. A tendência da inflação é claramente descendente.
No mesmo período, observou-se uma tendência de reduções nos principais índices de preços das matérias-primas face ao trimestre anterior, nomeadamente nos metais base (-5,8%), energia (-3,8%) e agricultura (-2,9%). O preço do algodão seguiu a mesma trajetória, tendo contraído 6,3%.
No primeiro semestre de 2024, os preços médios da eletricidade sem IVA e outros impostos dedutíveis pagos pela indústria nacional registaram um aumento face ao período homólogo, com maior destaque para os acréscimos no 6º e 7º escalão (38,6% e 33,5%, respetivamente). Portugal apresenta, na generalidade dos escalões, preços bastantes competitivos na eletricidade face à média da União Europeia.
No mesmo semestre, os preços médios nacionais do gás natural sem IVA e outros impostos dedutíveis pagos pela indústria face ao período homólogo revelaram uma nova correção, evidenciando-se as quedas mais significativas do 4º e 5º escalões (-31,9% e -48,7%, respetivamente).
No terceiro trimestre de 2024, o preço do gasóleo antes de impostos diminuiu 11,0% face ao período homólogo do ano anterior e o preço de venda final reduziu 6,7%, tendo o peso da tributação aumentado no terceiro trimestre de 2024 (48,6% vs 46,7% no segundo trimestre de 2024).
Veja os dados destacados pela AEP
A Envolvente Empresarial - Análise da Conjuntura é uma publicação trimestral desenvolvida conjuntamente pela AEP, AIP e CIP, com informação detalhada da evolução da atividade económica e de outros indicadores, incluindo ainda uma seleção de aspetos relevantes do enquadramento nacional e internacional.