Envolvente Empresarial – Análise de Conjuntura
Envolvente Empresarial - 1.º Trimestre 2024
A Envolvente Empresarial - Análise de Conjuntura relativa ao 1.º trimestre de 2024 reflete sinais positivos para a economia portuguesa, nomeadamente o crescimento económico acima do projetado e a trajetória descendente do endividamento da economia portuguesa.
Em 2023, a economia portuguesa cresceu 2,3% acima da média da Área Euro (0,6%), um ano marcado pela conjuntura desfavorável, nomeadamente pela política monetária restritiva e a deterioração do comércio com o exterior, devido ao menor dinamismo dos principais clientes externos portugueses.
No quarto trimestre de 2023, a economia portuguesa retomou o crescimento em cadeia (0,7%, após -0,2% no trimestre anterior) e acelerou em período homólogo (2,1%, após 1,9%), em função de um forte contributo da procura interna, nomeadamente o consumo privado e investimento.
Para 2024, o Banco de Portugal (no Boletim Económico de Março) reviu o crescimento da economia portuguesa em alta (2,0%, após previsão de 1,2% em março).
Nas habituais projeções de abril, o FMI prevê que, em 2024, a economia global cresça 3,2% e as economias em desenvolvimento e emergentes cresçam acima das economias avançadas (4,2% vs 1,6%, respetivamente). Os países da Área Euro deverão continuar a enfrentar sérias dificuldades no desenvolvimento da sua atividade económica (0,8%), contrariamente aos EUA, onde a economia se mantém resiliente apesar de uma política monetária bastante restritiva (2,7%).
A inflação (IHPC) em Portugal desacelerou para 5,3% em 2023, após 7,8% em 2022, o valor mais elevado desde 1991.
No último trimestre de 2023, a inflação (IHPC) aumentou ligeiramente de 2,4% no terceiro trimestre de 2023 para 2,5%, devido a fatores como efeitos base e um desvanecimento da queda no preço dos bens energéticos.
Durante o primeiro trimestre de 2024, atendendo ao enfraquecimento da atividade económica e à estabilização dos preços, os principais bancos centrais optaram novamente por uma pausa nas taxas de juro referência e já começam a discutir os primeiros cortes, sendo que o BCE pode tomar essa decisão em junho, devido à desaceleração contínua da inflação na Área Euro e à estagnação económica, já a Fed deve adiar a decisão para o segundo semestre, fruto da resiliência da inflação e da sua economia.
Relativamente à demografia empresarial, no primeiro trimestre de 2024, verifica-se uma criação líquida de empresas abaixo do registado no período homólogo de 2023, contribuindo para isso a queda nos nascimentos de empresas (-8,6%). Pela positiva, destacam-se os encerramentos, que diminuíram 14,6%.
Os dados do comércio internacional de 2023 refletem a deterioração das trocas comerciais com o exterior, sendo que as exportações e importações de bens continuam em queda e os serviços estão a desacelerar, nomeadamente o turismo.
No equilíbrio externo, em 2023 registou-se um excedente de 7,2 milhões de euros, que compara com o défice de 491 milhões de euros de 2022. Para isso contribuiu a evolução bastante positiva do saldo da balança de serviços, sendo que o seu o excedente foi superior ao défice da balança de bens.
No que concerne às contas das Administrações Públicas de 2023, destaca-se o saldo orçamental excedentário de 1,2% do PIB, em resultado de um maior aumento da receita (9,0%) face ao aumento da despesa (5,2%).
A dívida pública caiu para 99,1% do PIB em 2023, tendo contribuído para isso o período inflacionista e o excedente das Administrações Públicas.
A desalavancagem do Setor não financeiro (de 329,7% do PIB em 2022 para 302,2%) refletiu a queda do endividamento do Setor Público (de 145,0% para 133,2%) e do Setor Privado (de 184,7% para 169,1%).
Veja os dados destacados pela AEP
A Envolvente Empresarial - Análise da Conjuntura é uma publicação trimestral desenvolvida conjuntamente pela AEP, AIP e CIP, com informação detalhada da evolução da atividade económica e de outros indicadores, incluindo ainda uma seleção de aspetos relevantes do enquadramento nacional e internacional.
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Em 2023, a economia portuguesa cresceu 2,3% acima da média da Área Euro (0,6%), um ano marcado pela conjuntura desfavorável, nomeadamente pela política monetária restritiva e a deterioração do comércio com o exterior, devido ao menor dinamismo dos principais clientes externos portugueses.
No quarto trimestre de 2023, a economia portuguesa retomou o crescimento em cadeia (0,7%, após -0,2% no trimestre anterior) e acelerou em período homólogo (2,1%, após 1,9%), em função de um forte contributo da procura interna, nomeadamente o consumo privado e investimento.
Para 2024, o Banco de Portugal (no Boletim Económico de Março) reviu o crescimento da economia portuguesa em alta (2,0%, após previsão de 1,2% em março).
Nas habituais projeções de abril, o FMI prevê que, em 2024, a economia global cresça 3,2% e as economias em desenvolvimento e emergentes cresçam acima das economias avançadas (4,2% vs 1,6%, respetivamente). Os países da Área Euro deverão continuar a enfrentar sérias dificuldades no desenvolvimento da sua atividade económica (0,8%), contrariamente aos EUA, onde a economia se mantém resiliente apesar de uma política monetária bastante restritiva (2,7%).
A inflação (IHPC) em Portugal desacelerou para 5,3% em 2023, após 7,8% em 2022, o valor mais elevado desde 1991.
No último trimestre de 2023, a inflação (IHPC) aumentou ligeiramente de 2,4% no terceiro trimestre de 2023 para 2,5%, devido a fatores como efeitos base e um desvanecimento da queda no preço dos bens energéticos.
Durante o primeiro trimestre de 2024, atendendo ao enfraquecimento da atividade económica e à estabilização dos preços, os principais bancos centrais optaram novamente por uma pausa nas taxas de juro referência e já começam a discutir os primeiros cortes, sendo que o BCE pode tomar essa decisão em junho, devido à desaceleração contínua da inflação na Área Euro e à estagnação económica, já a Fed deve adiar a decisão para o segundo semestre, fruto da resiliência da inflação e da sua economia.
Relativamente à demografia empresarial, no primeiro trimestre de 2024, verifica-se uma criação líquida de empresas abaixo do registado no período homólogo de 2023, contribuindo para isso a queda nos nascimentos de empresas (-8,6%). Pela positiva, destacam-se os encerramentos, que diminuíram 14,6%.
Os dados do comércio internacional de 2023 refletem a deterioração das trocas comerciais com o exterior, sendo que as exportações e importações de bens continuam em queda e os serviços estão a desacelerar, nomeadamente o turismo.
No equilíbrio externo, em 2023 registou-se um excedente de 7,2 milhões de euros, que compara com o défice de 491 milhões de euros de 2022. Para isso contribuiu a evolução bastante positiva do saldo da balança de serviços, sendo que o seu o excedente foi superior ao défice da balança de bens.
No que concerne às contas das Administrações Públicas de 2023, destaca-se o saldo orçamental excedentário de 1,2% do PIB, em resultado de um maior aumento da receita (9,0%) face ao aumento da despesa (5,2%).
A dívida pública caiu para 99,1% do PIB em 2023, tendo contribuído para isso o período inflacionista e o excedente das Administrações Públicas.
A desalavancagem do Setor não financeiro (de 329,7% do PIB em 2022 para 302,2%) refletiu a queda do endividamento do Setor Público (de 145,0% para 133,2%) e do Setor Privado (de 184,7% para 169,1%).
Veja os dados destacados pela AEP
A Envolvente Empresarial - Análise da Conjuntura é uma publicação trimestral desenvolvida conjuntamente pela AEP, AIP e CIP, com informação detalhada da evolução da atividade económica e de outros indicadores, incluindo ainda uma seleção de aspetos relevantes do enquadramento nacional e internacional.