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Transformar Portugal numa marca de luxo
Um artigo de Paula Amorim na revista BOW 28
Luxo como âncora do desenvolvimento económico sustentável, a oportunidade da Comporta
Portugal sempre teve capacidade de atração no exterior, graças à segurança, hospitalidade, gastronomia, clima agradável e, desafortunadamente, graças ao seu baixo custo de vida. Durante décadas, o país foi sinónimo de férias a preços acessíveis, apelando a turistas e novos residentes que procuravam o máximo de diversão a um custo mínimo.
Todavia, aquilo que foi durante muito tempo um balão de oxigénio para o país, tem vindo a revelar-se insustentável.
O chamado 'turismo de massas' exerce uma pressão imensa sobre os recursos naturais e humanos de Portugal, degradando o meio ambiente e perpetuando um ciclo de baixos ordenados. A máquina de turismo e de serviço voraz, que consome indiscriminadamente e remunera parcimoniosamente, necessita urgentemente de uma revisão.
Portugal carece em valorizar o seu património natural e humano, e iniciar um ciclo de crescimento positivo. O potencial é imenso.
A solução poderá passar por uma transformação radical do modo como Portugal se posiciona no mundo. Mais do que a segurança, as pessoas, e o clima ameno, Portugal necessita de se reinventar enquanto marca.
O desafio é transformar Portugal numa marca de luxo. Um destino que atraia capital de qualidade, com impacto não apenas no setor imobiliário e hoteleiro e com reflexos sociais. Portugal, enquanto marca de luxo, irá igualmente criar oportunidades para a população local, desde o reconhecimento do valor dos artesãos, à projeção da indústria com a criação e produção de produtos de maior valor acrescentado, ao desenvolvimento de um setor de serviços, mais rigoroso e sofisticado como resposta a um público mais exigente.
Para este caminho, Portugal pode e deve procurar inspiração no modelo suíço de criação de marca. A Suíça usou uma indústria – os Serviços Financeiros – para atrair os mais ricos, devolvendo essa criação de valor à população, ao desenvolver uma sociedade mais preparada para agregar mais capital para esta demografia. Pergunta-se: porque não utilizar o Turismo como âncora de desenvolvimento para Portugal, tal como a Suíça fez com os Serviços Financeiros?
No entanto, as oportunidades para fazer esta transição, de um turismo de massas para um destino de luxo, não são abundantes. É necessária agilidade, que exista expertise, bons projetos, capacidade de investimento privado, formação e vontade política. Contudo, surge agora uma oportunidade única na Comporta, com potencial para causar um impacto significativo em toda a região.
Acreditamos que na Comporta existe um forte potencial para construir um polo de atração para investimento estrangeiro e retenção de população nacional, através de planeamento e investimento a longo prazo. Aqui, é possível proteger a natureza, valorizar a indústria local, projetar Portugal a nível global e criar um polo mundial de destino de luxo, com impacto positivo para toda a comunidade e para o país.
Estamos convictos de que esta poderá ser uma das primeiras etapas para estabelecer Portugal como referência de luxo internacional.
Paula Amorim, Fundadora e chairman da Amorim Luxury
In Revista BOW 28 - A Indústria do Luxo e a Internacionalização
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Portugal sempre teve capacidade de atração no exterior, graças à segurança, hospitalidade, gastronomia, clima agradável e, desafortunadamente, graças ao seu baixo custo de vida. Durante décadas, o país foi sinónimo de férias a preços acessíveis, apelando a turistas e novos residentes que procuravam o máximo de diversão a um custo mínimo.
Todavia, aquilo que foi durante muito tempo um balão de oxigénio para o país, tem vindo a revelar-se insustentável.
O chamado 'turismo de massas' exerce uma pressão imensa sobre os recursos naturais e humanos de Portugal, degradando o meio ambiente e perpetuando um ciclo de baixos ordenados. A máquina de turismo e de serviço voraz, que consome indiscriminadamente e remunera parcimoniosamente, necessita urgentemente de uma revisão.
Portugal carece em valorizar o seu património natural e humano, e iniciar um ciclo de crescimento positivo. O potencial é imenso.
A solução poderá passar por uma transformação radical do modo como Portugal se posiciona no mundo. Mais do que a segurança, as pessoas, e o clima ameno, Portugal necessita de se reinventar enquanto marca.
O desafio é transformar Portugal numa marca de luxo. Um destino que atraia capital de qualidade, com impacto não apenas no setor imobiliário e hoteleiro e com reflexos sociais. Portugal, enquanto marca de luxo, irá igualmente criar oportunidades para a população local, desde o reconhecimento do valor dos artesãos, à projeção da indústria com a criação e produção de produtos de maior valor acrescentado, ao desenvolvimento de um setor de serviços, mais rigoroso e sofisticado como resposta a um público mais exigente.
Para este caminho, Portugal pode e deve procurar inspiração no modelo suíço de criação de marca. A Suíça usou uma indústria – os Serviços Financeiros – para atrair os mais ricos, devolvendo essa criação de valor à população, ao desenvolver uma sociedade mais preparada para agregar mais capital para esta demografia. Pergunta-se: porque não utilizar o Turismo como âncora de desenvolvimento para Portugal, tal como a Suíça fez com os Serviços Financeiros?
No entanto, as oportunidades para fazer esta transição, de um turismo de massas para um destino de luxo, não são abundantes. É necessária agilidade, que exista expertise, bons projetos, capacidade de investimento privado, formação e vontade política. Contudo, surge agora uma oportunidade única na Comporta, com potencial para causar um impacto significativo em toda a região.
Acreditamos que na Comporta existe um forte potencial para construir um polo de atração para investimento estrangeiro e retenção de população nacional, através de planeamento e investimento a longo prazo. Aqui, é possível proteger a natureza, valorizar a indústria local, projetar Portugal a nível global e criar um polo mundial de destino de luxo, com impacto positivo para toda a comunidade e para o país.
Estamos convictos de que esta poderá ser uma das primeiras etapas para estabelecer Portugal como referência de luxo internacional.
Paula Amorim, Fundadora e chairman da Amorim Luxury
In Revista BOW 28 - A Indústria do Luxo e a Internacionalização
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