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Suporte à competitividade das empresas
Um artigo de Pedro Cilínio na revista BOW 27


A Logística como suporte à competitividade das empresas na economia digital

Nas últimas décadas, a gestão e eficiência das cadeias logísticas tem sido um dos fatores mais determinantes para a evolução da economia global, contribuindo para aceder a novos mercados de abastecimento e de exportação de forma cada vez mais competitiva.

Os serviços de logística são um vetor essencial para a competitividade da economia portuguesa e são, cada vez mais, uma área nevrálgica para setores dinâmicos, exportadores e estratégicos da nossa economia, como o agroalimentar, a pedra natural, o automóvel, o têxtil, vestuário e calçado, só para referir alguns.

Com efeito, bons serviços de logística e cadeias de abastecimento são fundamentais para a operação de qualquer empresa que envolva a movimentação de mercadorias e/ou materiais, na medida em que contribuem para a melhoria da sua eficiência operacional permitindo não só melhorar o nível de serviço prestado aos clientes, mas principalmente aceder de forma cada vez mais facilitada a novos mercados. Desta forma, a gestão logística assume um carácter decisivo para a diferenciação de uma empresa em relação aos seus concorrentes. Uma logística eficiente permite assim a uma empresa oferecer prazos de entrega mais curtos, preços mais competitivos e um nível de serviço superior ao dos seus concorrentes.

A oferta de serviços logísticos em Portugal tem vindo a evoluir e a adaptar-se à internacionalização e globalização da economia. No contexto da reconfiguração das cadeias logísticas no pós-covid, o país tem conseguido afirmar-se como um destino para operações logísticas transfronteiriças para servir os mercados ibérico e europeu.

Os riscos associados a um contexto de incerteza no abastecimento e nos preços da energia cria movimentos de reshoring de operações na Europa, o que traduz uma oportunidade para Portugal face à sua localização geográfica, na fronteira entre a Europa e a América Latina e com uma posição estratégica no Atlântico.

Esta transformação nas cadeias de distribuição e o crescimento exponencial do e-commerce tem motivado um crescimento do mercado nacional, que gerou um recorde de take-up acima dos 290.000 m² em 2021, segundo dados da Savills.

A ACEPI Economia Digital Portugal estima que o comércio eletrónico tenha gerado 130 mil milhões de euros em 2021. O estudo concluiu também que as grandes e médias empresas portuguesas apresentam uma taxa de e-commerce (42% em 2021) superior à média da União Europeia e que o setor do retalho/grande distribuição já transaciona mais de um terço (36%) do seu volume de negócios com faturas eletrónicas em 2021. O setor da indústria surge a seguir com 15%. Este estudo revelou ainda que a percentagem de compradores online subiu para 52% em 2021 (mais 7 pontos percentuais do que em 2019).

Estes números demonstram o quanto já avançamos no caminho da transição digital, mas ainda temos muito para evoluir. Os desafios que temos pela frente são muitos e complexos, mas a capacidade demonstrada pela nossa economia, pelas nossas empresas, nos tempos da pandemia e agora em tempos de guerra, dão confiança para enfrentar as incertezas e instabilidade da economia internacional.

Desta forma, a transição digital, da qual a utilização crescente do comércio eletrónico é um exemplo, deve ser assumida como catalisador da transformação industrial em curso e, neste contexto de mudança, os serviços logísticos são essenciais para que as empresas aproveitem as novas oportunidades de mercado que se apresentam.
 
Pedro Cilínio, Secretário de Estado da Economia
In Revista BOW, n.º 27 - Logística, Cadeia de Abastecimento, E-Commerce e Internacionalização

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