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Manter política de subida dos juros, até quando?
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo
Na sua mais recente coluna de opinião no Dinheiro Vivo, o presidente do Conselho de Administração da AEP analisa a subida de juros que o BCE está apostado em manter.
Para Luis Miguel Ribeiro, "esta determinação do BCE em manter, 'enquanto for necessário', esta política monetária até atingir o objetivo de 2%, tem implicações diretas nas condições de financiamento, uma situação preocupante no contexto do elevado endividamento da nossa economia".
Leia o artigo:
Subida dos juros, até quando?
Ao contrário da Reserva Federal norte-americana (Fed), que no dia anterior tinha decidido fazer uma pausa no ciclo de subidas das taxas de juro, o Banco Central Europeu (BCE) voltou a mostrar que está pronto para ajustar todos os seus instrumentos dentro do seu mandato, no sentido de garantir um regresso atempado da inflação ao seu objetivo de médio prazo de 2% e preservar o bom funcionamento da transmissão da política monetária.
Por isso, sem grande surpresa, anunciou uma nova subida das três principais taxas de juro em 25 pontos base, sendo muito provável que voltem a subir em julho. O BCE confirmou, também, que irá descontinuar os reinvestimentos no âmbito do programa de compra de ativos a partir de julho.
Como refere o próprio comunicado, a subida das taxas de juro reflete a avaliação atualizada sobre as perspetivas de inflação, sobretudo a dinâmica da inflação subjacente. Por isso, apesar da área euro ter entrado em recessão técnica no primeiro trimestre e das novas projeções apontarem para uma revisão em baixa do crescimento económico na área euro, o BCE reviu em alta a inflação subjacente - a que exclui os preços da energia e dos alimentos não processados.
É verdade que a inflação subjacente se mantém em níveis pouco confortáveis, mas, a questão que se impõe é a seguinte: será que voltaremos a observar valores substancialmente mais baixos? Tenho sérias dúvidas que tal venha a suceder.
Esta determinação do BCE em manter, "enquanto for necessário", esta política monetária até atingir o objetivo de 2%, tem implicações diretas nas condições de financiamento, uma situação preocupante no contexto do elevado endividamento da nossa economia.
Face à subida dos juros, a diversificação de fontes de financiamento e a capitalização das empresas são dois temas incontornáveis, numa altura em que a economia portuguesa precisa de investir de forma robusta, por forma a melhorar os seus níveis de produtividade e competitividade e sustentar a dinâmica de crescimento que o nosso país observou no primeiro trimestre do ano, inteiramente atribuída ao papel das empresas e dos nossos empresários!
Luís Miguel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração
da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 24.06.2023
Para Luis Miguel Ribeiro, "esta determinação do BCE em manter, 'enquanto for necessário', esta política monetária até atingir o objetivo de 2%, tem implicações diretas nas condições de financiamento, uma situação preocupante no contexto do elevado endividamento da nossa economia".
Leia o artigo:
Subida dos juros, até quando?
Ao contrário da Reserva Federal norte-americana (Fed), que no dia anterior tinha decidido fazer uma pausa no ciclo de subidas das taxas de juro, o Banco Central Europeu (BCE) voltou a mostrar que está pronto para ajustar todos os seus instrumentos dentro do seu mandato, no sentido de garantir um regresso atempado da inflação ao seu objetivo de médio prazo de 2% e preservar o bom funcionamento da transmissão da política monetária.
Por isso, sem grande surpresa, anunciou uma nova subida das três principais taxas de juro em 25 pontos base, sendo muito provável que voltem a subir em julho. O BCE confirmou, também, que irá descontinuar os reinvestimentos no âmbito do programa de compra de ativos a partir de julho.
Como refere o próprio comunicado, a subida das taxas de juro reflete a avaliação atualizada sobre as perspetivas de inflação, sobretudo a dinâmica da inflação subjacente. Por isso, apesar da área euro ter entrado em recessão técnica no primeiro trimestre e das novas projeções apontarem para uma revisão em baixa do crescimento económico na área euro, o BCE reviu em alta a inflação subjacente - a que exclui os preços da energia e dos alimentos não processados.
É verdade que a inflação subjacente se mantém em níveis pouco confortáveis, mas, a questão que se impõe é a seguinte: será que voltaremos a observar valores substancialmente mais baixos? Tenho sérias dúvidas que tal venha a suceder.
Esta determinação do BCE em manter, "enquanto for necessário", esta política monetária até atingir o objetivo de 2%, tem implicações diretas nas condições de financiamento, uma situação preocupante no contexto do elevado endividamento da nossa economia.
Face à subida dos juros, a diversificação de fontes de financiamento e a capitalização das empresas são dois temas incontornáveis, numa altura em que a economia portuguesa precisa de investir de forma robusta, por forma a melhorar os seus níveis de produtividade e competitividade e sustentar a dinâmica de crescimento que o nosso país observou no primeiro trimestre do ano, inteiramente atribuída ao papel das empresas e dos nossos empresários!
Luís Miguel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração
da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 24.06.2023