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Potenciar o turismo de negócios
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo

O presidente do Conselho de Administração da AEP dedica a sua mais recente coluna de opinião no Dinheiro Vivo à importância do turismo de negócios que considera "um dos setores que mais pode contribuir e de forma simultânea e cruzada para o reforço das exportações de bens e serviços".

Luís Miguel Ribeiro refere-se em particular à organização de feiras e congressos e ao papel da Exponor, que "tem representado um instrumento incontornável para o processo de internacionalização e de valorização da oferta nacional" e que é necessário "dotar das condições mais adequadas, adaptando-o aos desafios da dupla transição ambiental e digital, tornando-o num palco de excelência para o desenvolvimento de redes de negócios".

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Potenciar o turismo de negócios

Já não é novidade que o crescimento da economia portuguesa está a ser impulsionado pela forte dinâmica das exportações de bens e serviços, neste último caso, devido fundamentalmente ao turismo.

Os dados divulgados sobre a atividade turística em Portugal dão conta que, nos primeiros cinco meses deste ano, o número total de dormidas de não residentes cresceu 29,3%, um aumento bem acima do registado pelos turistas residentes (12,7%) e que supera a dinâmica observada no ano pré-pandemia.

Por regiões, o maior crescimento face ao período homólogo de 2019 (quer considerando apenas o mês de maio quer o período de janeiro a maio) ocorreu na região Norte (26,5% e 30%, respetivamente), o que revela mais um importante contributo desta região para o equilíbrio das contas externas do país, a par do seu sistemático excedente no saldo da balança de bens.

É minha convicção que é desejável e é possível fortalecer ainda mais esta trajetória, quer nos bens quer nos serviços. Um dos setores que mais pode contribuir e de forma simultânea e cruzada para o reforço das exportações de bens e serviços é a vertente do turismo de negócios, designadamente, a atividade de organização de feiras e congressos, importante veículo de valorização e promoção da oferta nacional junto do mercado nacional e internacional e de estímulo ao desígnio do aumento da intensidade exportadora.

A Exponor - com mais de três décadas ao serviço das empresas e um raio de influência que abrange, sobretudo, a eurorregião Norte de Portugal-Galiza - tem representado um instrumento incontornável para o processo de internacionalização e de valorização da oferta nacional de bens e serviços. Mas, precisamente porque a infraestrutura tem mais de três décadas, é preciso dotar o maior parque de exposições da eurorregião das condições mais adequadas, adaptando-o aos desafios da dupla transição ambiental e digital, tornando-o num palco de excelência para o desenvolvimento de redes de negócios e, com isso, gerar um efeito de arrastamento em diversos setores, atendendo ao efeito multiplicador que esta atividade tende a produzir a montante e a jusante.

Portugal dispõe de uma dotação muito significativa de fundos europeus, que poderá fazer toda a diferença para reduzir as assimetrias territoriais e inverter a trajetória de empobrecimento relativo. Para tal, os fundos europeus devem ser fundamentalmente alocados ao financiamento do investimento com caráter reprodutivo. Pelo seu excelente potencial, a aposta na Exponor é claramente um investimento com um perfil reprodutivo!

Luís Miguel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração
da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 22.07.2023