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Por um Portugal mais exportador
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo

Na sua primeira coluna de opinião do ano no Dinheiro Vivo, o presidente do CA da AEP destaca a forte instabilidade e os riscos que se colocam no quadro internacional, com impacto numa economia aberta ao exterior como é a portuguesa, em que as empresas vão continuar a enfrentar um clima particularmente difícil.

Luís Miguel Ribeiro considera, todavia, que tal "não deve constituir um fator de esmorecimento" para os empresários, evidenciando a "importância da diversificação dos mercados de destino das exportações portuguesas de bens, diminuindo a sua exposição à elevada concentração num reduzido número de países e ampliando as suas relações económicas com países mais dinâmicos, uma importante via para mitigar vários riscos".

Leia a coluna:


Por um Portugal mais exportador

O novo ano ainda agora começou e já se estão a materializar sérios riscos para o mundo. 

Após a volatilidade e a incerteza herdadas de anos anteriores, estamos a assistir a uma forte agudização das tensões geopolíticas. Ao agravamento da guerra entre a Rússia e a Ucrânia juntou-se, ao longo desta semana, o aumento da escalada do conflito no Médio Oriente. Os ataques ao tráfego marítimo do Mar Vermelho têm amplas implicações para a economia global, com consequências diretas nos fluxos do comércio internacional. 

Estão já a ser usadas novas rotas no transporte de mercadorias, que elevam o custo do transporte internacional, como mostram já os dados oficiais, e poderão inverter as expectativas da descida da inflação. Uma nova disrupção nas cadeias de valor globais é, também, uma elevada probabilidade. 

Portugal, crescentemente aberto ao exterior, não deixará de sentir os impactos do cenário internacional. As empresas vão continuar a enfrentar, no curto e médio prazo, um clima particularmente difícil, ainda num quadro de elevado grau de endividamento.

Neste contexto, a AEP sublinha a importância da diversificação dos mercados de destino das exportações portuguesas de bens, diminuindo a sua exposição à elevada concentração num reduzido número de países e ampliando as suas relações económicas com países mais dinâmicos, uma importante via para mitigar vários riscos. É isto que a AEP volta a defender na nova publicação, “Por um Portugal mais exportador”, que irá apresentar brevemente. 

A forte instabilidade do enquadramento internacional não deve constituir um fator de esmorecimento. Como o tempo tem demonstrado, estou certo de que os nossos empresários manterão viva a excelente capacidade em enfrentar as sérias adversidades e a aproveitar, ao máximo, as oportunidades que vão surgindo na senda internacional. 

Dentro de portas, a pressão nos preços de alguns bens, nomeadamente nos alimentares, com o fim da isenção de IVA num cabaz de bens essenciais, condicionará o poder de compra dos consumidores. Simultaneamente, potenciará perdas de competitividade, basta pensar que a nossa vizinha Espanha prolongou a vigência desta medida.

Bom Ano!
Luís Miguel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração
da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 06.01.2024