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Falta ambição de crescimento
O presidente do CA da AEP em reação às projeções do CFP

“Falta ambição para o crescimento mais robusto da economia portuguesa”, aponta o presidente do CA da AEP, perante os dados revelados ontem pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP). Luís Miguel Ribeiro considera que para uma sustentada melhoria do país, e apesar dos números projetados, faltam “medidas reformadoras que potenciem o desenvolvimento económico e social do nosso país, sobretudo as direcionadas ao tecido empresarial".

O CFP reviu em alta o crescimento da economia portuguesa para 2024 (de 1,6% para 1,8%) e 2025 (de 1,9% para 2,4%), face às projeções de abril de 2024, ainda assim abaixo dos 2% projetados pelo Banco de Portugal no Boletim Económico de junho. A revisão em alta para 2024 reflete a redução gradual das taxas de juro diretoras do Banco Central Europeu (BCE) e as medidas de política recentemente implementadas, que impactam positivamente no rendimento disponível das famílias, pelo que tenderão a impulsionar o consumo privado. 

A taxa de inflação deverá manter a trajetória descendente (2,7% em 2024, 2,2% em 2025) e estabilizar em torno dos 2% a partir de 2027, ou seja, cumprindo já o objetivo de médio prazo do BCE.

No que se refere ao mercado de trabalho, a taxa de desemprego deverá diminuir de 6,5% em 2024 para aproximadamente 6% em 2028. Por outro lado, a criação de emprego tenderá a desacelerar consecutivamente entre 2024 e 2028 (de 1,4% a 0%), explicada pelas condicionantes demográficas.

Relativamente ao equilíbrio das contas públicas, excluindo novas medidas de política, prevêem-se excedentes orçamentais até 2028. O CFP aponta para que a dívida pública diminua de 92,4% do PIB em 2024 para 78,3% em 2028, em resultado de saldos orçamentais positivos, efeitos crescimento e preço.