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Estabilidade exige bom senso!
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo

O presidente do CA da AEP dedica a sua mais recente coluna de opinião no Dinheiro Vivo ao novo xadrez político saído das eleições legislativas de 10 de março, apelando ao bom senso para a necessária estabilidade.

Para Luís Miguel Ribeiro, "tem de haver bom-senso dos políticos, com uma ação governativa propícia ao bom desenvolvimento da atividade empresarial, aquela que fundamentalmente cria riqueza e gera emprego", acrescentando que "só podemos distribuir riqueza se a criarmos".

Leia a coluna na íntegra:


Estabilidade exige bom senso!

Ao longo da semana muito se tem falado sobre os resultados alcançados nas eleições legislativas de domingo. A diminuição da abstenção é um aspeto muito positivo, pelo sinal que transmite do maior envolvimento dos cidadãos no exercício do seu direito de voto, que é sempre muito importante em democracia. Menos positivas são as condições de partida do próximo Governo. A escassa distância que separa o primeiro do segundo partido com mais votos, ambos de distintos quadrantes políticos, acentua o risco de não favorecer a robustez que a economia portuguesa tanto deseja e necessita.

Hoje, a imprevisibilidade reina em praticamente todo o universo e o político não é exceção. A maioria parlamentar não garantiu a Portugal a expectável estabilidade governativa, tendo conduzido às eleições do passado domingo. 

Perante este novo “xadrez político”, as condições de estabilidade permanecerão um repto contínuo. Exige-se o bom senso de todos, para que o nosso país consiga enfrentar os múltiplos e sérios desafios, numa conjuntura extremamente adversa.

Apesar do enquadramento nacional e externo severo, nomeadamente decorrente do contexto geopolítico internacional, as empresas têm vindo a realizar um enorme esforço – nas exportações, no emprego, nas remunerações, … -, em benefício do país e dos cidadãos. Não podemos permitir que se instale um cenário de instabilidade e ingovernabilidade política, que afetaria diretamente a economia, pelo clima de desconfiança que geraria nos investidores, minando a atratividade do nosso país na captação de investimento, nacional e estrangeiro. Também não podemos permitir que seja posta em causa a tão necessária aceleração do ritmo de execução dos fundos europeus, num período que coincide com a aplicação da maior dotação de sempre desta fonte de financiamento.

Portugal precisa de políticas públicas direcionadas à melhoria da produtividade e competitividade, que elevem o potencial de crescimento e desenvolvimento da economia, por forma a convergir com os países europeus mais desenvolvidos. 

Reafirmo, tem de haver bom senso dos políticos, com uma ação governativa propícia ao bom desenvolvimento da atividade empresarial, aquela que fundamentalmente cria riqueza e gera emprego. Só podemos distribuir riqueza se a criarmos!

Luís Miguel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração
da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 16.03.2024