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O primeiro-ministro, Luís Montenegro, assumiu ter o objetivo de fazer subir o salário mínimo nacional (SMN) para 1600 euros até final da legislatura, aspiração que o tecido empresarial considera extremamente difícil de suportar pelas empresas, se não mesmo impossível, atendendo à atual e previsível futura conjuntura.

"Neste momento, as empresas não têm condições para fazer esses aumentos salariais. Estamos a falar de praticamente dobrar o SMN, o que antevejo como extremamente difícil, para não dizer impossível, em tão curto espaço de tempo", reagiu de forma taxativa o presidente do CA da AEP, no programa da SIC Negócios da Semana, que debateu o tema.

"Estamos numa fase de muitos desafios para as empresas, com exportações a baixar, aumento dos custos de contexto e grande instabilidade geopolítica, entre outros problemas", lembrou Luís Miguel Ribeiro considerando que o valor anunciado pelo Governo vai causar "expectativas e cenários" junto dos trabalhadores que serão difíceis de concretizar.

"Só com um forte combate à burocracia, com redução da carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho, com mais medidas de incentivo às empresas, o que originaria um aumento significativo de produtividade, seria possível equacionar uma subida de salários tão significativa", acrescentou.

Sobre a greve geral que hoje acontece no país, o líder da AEP disse que os efeitos no setor privado não deverão ser tão fortes como no setor público, embora sejam consideráveis, mas considerou que o impacto real só poderá ser quantificado depois da paralisação, que poderia ter sido evitada com "maior diálogo" entre Governo e parceiros sociais.

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