Notícias

Capacidade exportadora mantém-se...
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo

Na sua mais recente coluna de opinião no Dinheiro Vivo, o presidente do CA da AEP destaca a "excelente dinâmica das exportações" em 2023.

Para Luís Miguel Ribeiro, os números "demonstram a excelente atitude empreendedora e a resiliência dos nossos empresários, que continuam a dar provas da sua capacidade vencedora nos mercados internacionais, apesar dos constrangimentos externos e internos que enfrentam".

Leia aqui: 

Capacidade exportadora mantém-se…

Após oito meses consecutivos em queda, em dezembro de 2023 as exportações portuguesas de bens inverteram a tendência observada. Em termos nominais, registaram uma variação homóloga positiva, ainda que muito ténue (+0,3%). 

No cômputo do ano, as vendas ao exterior diminuíram 1%, contrastando com o crescimento de 23,2% do ano anterior. Nas importações, a redução foi de 4,1% (após +31,7% em 2022), o que permitiu melhorar o saldo da balança comercial, que, ainda assim, permaneceu negativo.

Uma análise mais fina dos fluxos comerciais mostra que a recente dinâmica do comércio internacional foi fortemente influenciada pelo efeito preço dos combustíveis, rubrica que observou uma queda homóloga superior a 20% nas exportações e acima de 30% nas importações.

Significa isto que, se excluirmos os combustíveis, as exportações portuguesas de bens conseguiram crescer, ainda que de forma modesta (+1%), apesar da conjuntura internacional fortemente adversa. É de sublinhar a excelente dinâmica das exportações em vários setores da indústria transformadora, como o das máquinas e aparelhos, do material de transporte ou das indústrias alimentares. 

Em 2023, assistimos a uma ligeiríssima diminuição na concentração das exportações no mercado da União Europeia (70,2%, face a 70,5% em 2022), embora abaixo do valor observado no ano pré-pandemia, em que o peso das nossas exportações dirigidas a este bloco económico representava 77%.

Por mercados de destino, temos vários exemplos com taxas de crescimento das exportações ao nível dos dois dígitos, como o Brasil (+13,3%) e a China (+22,3%). Destaco, igualmente, os Estados Unidos, embora as exportações tenham crescido a um ritmo bastante inferior (+3,2%), o mercado americano é muito importante para Portugal e para as empresas portuguesas.

A diversificação dos mercados das exportações é um caminho que devemos continuar a trilhar, aproveitando as distintas oportunidades, em termos da dimensão, da proximidade cultural e linguística ou da dinâmica das respetivas economias. 

Estes e outros números do comércio internacional de bens em 2023, que não evidencio neste artigo de opinião por limitação de espaço, demonstram a excelente atitude empreendedora e a resiliência dos nossos empresários, que continuam a dar provas da sua capacidade vencedora nos mercados internacionais, apesar dos constrangimentos externos e internos que enfrentam. 
Luís Miguel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração
da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 17.02.2024