Notícias

Ambição implica diálogo
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo

O presidente do CA da AEP dedica a sua mais recente coluna de opinião no Dinheiro Vivo à apresentação do programa do Governo, num processo cujo início "teve o mérito de ser construído numa base do diálogo (...) com o foco no superior interesse do país, o que é muito positivo".

Para Luís Miguel Ribeiro, "pese embora a necessidade de uma análise detalhada, é difícil não concordar com as grandes linhas do programa", que considera "perfeitamente alinhadas com as propostas que a AEP defende".

Leia a coluna na íntegra:


Ambição implica diálogo

Há um mês, o meu artigo de opinião, neste espaço, invocava que a governabilidade do país exigia bom-senso político.

À hora em que escrevo este texto está prestes a arrancar, no Parlamento, o debate do programa do Governo. O início do processo foi positivo, teve o mérito de ser construído numa base do diálogo, acolhendo mais de meia centena de medidas de outros partidos (da esquerda à direita), com o foco no superior interesse do país, o que é muito positivo. Há grande probabilidade de ser viabilizado, pois as anunciadas moções de rejeição não serão suficientes, face à também anunciada abstenção do segundo maior partido da oposição.

Pese embora a necessidade de uma análise detalhada, é difícil não concordar com as grandes linhas do programa. Subscrevo inteiramente que “Portugal tem de ser um País com ambição”. Que esta ambição passa por uma aposta nas pessoas, tendo em conta o desafio demográfico adverso do país, por se criar mais riqueza, através da redução da tributação, do fortalecimento da internacionalização das empresas e atração de investimento estrangeiro, do financiamento e crescimento empresarial, da inovação, empreendedorismo e digitalização e da aposta na indústria e serviços de suporte (
“reforçando o investimento; eliminando os obstáculos ao aumento da produtividade; promovendo uma rede de colaboração e interdependência para as exportações; procurando novos mercados de rápido crescimento; acedendo a novas oportunidades para o ganho de dimensão do tecido empresarial; reduzindo os custos unitários de produção; fomentando uma maior capacidade competitiva em mercado aberto; acelerar a execução da componente 5 do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), em especial a que se refere à transformação estrutural da economia portuguesa através das agendas mobilizadoras para a inovação empresarial”, entre muitas outras). Melhorar o acesso à habitação e as infraestruturas de conectividade, dando relevo ao papel do transporte ferroviário de mercadorias. Um país com serviços públicos de excelência, com modernização, simplificação e desburocratização do Estado. 

Não podia estar mais de acordo! São intenções perfeitamente alinhadas com as propostas que a AEP defende. Importa executá-las de imediato, por forma a superar, de forma expressiva, as mais recentes projeções para a economia portuguesa, que por serem em políticas invariantes dão ainda maior relevo à implementação célere do programa do Governo.

Luís Miguel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração
da Associação Empresarial de Portugal
In Dinheiro Vivo 13.04.2024