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A Economia Circular – ponto de situação
Um artigo de Teresa Ponce de Leão, na edição 26 da revista BOW
Economia Circular (EC) significa desvincular o crescimento económico e a prosperidade do consumo de recursos finitos e a criação de capital económico, natural e social, com base nos seguintes princípios:
Está a aumentar a tomada de consciência por parte de governos e de empresas em relação à crescente pressão sobre os recursos globais, gerada pela atividade humana, como está a aumentar também a necessidade de separar o PIB do consumo. A EC baseia-se na utilização, reutilização e redução da utilização ao longo da cadeia de processos e produção, em contraste com uma abordagem tomar-produzir-usar-dispor. A economia linear construída com base no preceito errado da infinitude dos recursos levou à utilização de enormes quantidades de energia e de matéria-prima para criar produtos que sustentam as nossas vidas. Ao mesmo tempo, grandes quantidades de resíduos são enviadas para a atmosfera, rios, mares e terra, destruindo ecossistemas que são fundamentais para a nossa existência. A quantidade e velocidade do aumento do consumo, sobretudo desde a revolução industrial, já não se coaduna com a qualidade de vida de que os seres humanos precisam para sobreviver.
Um aspeto chave da economia circular baseia-se no conceito de que os materiais, acumulados na economia, funcionam como reservas manufaturadas para ganhar segunda vida e manter os produtos no ciclo comercial.
O diagrama da economia circular, conhecido como o diagrama borboleta, ilustra o fluxo contínuo de materiais numa economia sem desperdício, com base em dois ciclos principais – o técnico e o biológico. No primeiro, os produtos e os materiais são mantidos em circulação contínua através da aplicação de processos como a reutilização, reparação, remanufaturação e reciclagem. O segundo debruça-se sobre diferentes formas de regenerar a natureza através do uso de nutrientes derivados de materiais biodegradáveis.

Outro aspeto chave da EC é olhar para toda a cadeia de valor, recorrendo a processos eficientes para gastar menos recursos, através da melhor aplicação do design; o ecodesign, que significa a minimização de resíduos e de materiais, através de técnicas de reutilização de produtos e reciclagem de resíduos. A reutilização, reparação, redistribuição, reparação e a remanufaturação estão no cerne desta abordagem (círculo interior da Ilustração 2).

O círculo do meio representa fluxos de materiais no circuito de reciclagem, distinguindo entre técnicas materiais abióticas, tais como metais e minerais, e materiais biológicos. O círculo exterior representa os fluxos gerais de energia.
Cinco estratégias para o design circular:

Conclusões:
A ilustração mostra que o mundo não está no caminho certo.
A realidade que enfrentamos é dura – entre Glasgow e Paris foram consumidos meio bilião de toneladas de matérias virgens. A Lacuna e a Circularidade também pioraram.
Cinco anos de “Circularity Gap Reports” revelam o quão linear o mundo ainda é – só reciclamos 8,6% daquilo que usamos, o que deixa uma lacuna de circularidade de mais de 90%.
Pode parecer que o mundo está a arder, mas há uma solução: se aplicada globalmente, a economia circular pode ajudar a diminuir a Lacuna de Emissões.
Só trabalhando em conjunto é que conseguiremos fechar a Lacuna de Circularidade, de forma rápida e inclusiva para todos.
O que fazer?
A criação de um ambiente propício para os próximos cinco anos da transição circular pelo escalonamento de circularidade. As ferramentas orientadas a dados podem tornar a circularidade universal: Ferramentas digitais orientadas a dados podem escalar a circularidade.
Rastrear o progresso, usando métricas para avaliar a transição: sem medirmos, não poderemos agir.
Criar uma lente social para assegurar que a transição é segura e justa, com o apoio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Teresa Ponce de Leão, Presidente do Conselho Diretivo do LNEG
In Revista BOW, n.º 26 - Economia Circular, Sustentabilidade Empresarial e a Internacionalização
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- Design com vista à redução ou eliminação de desperdício e poluição;
- Uso a longo prazo e reutilização de materiais e produtos;
- Regeneração de sistemas naturais.
Está a aumentar a tomada de consciência por parte de governos e de empresas em relação à crescente pressão sobre os recursos globais, gerada pela atividade humana, como está a aumentar também a necessidade de separar o PIB do consumo. A EC baseia-se na utilização, reutilização e redução da utilização ao longo da cadeia de processos e produção, em contraste com uma abordagem tomar-produzir-usar-dispor. A economia linear construída com base no preceito errado da infinitude dos recursos levou à utilização de enormes quantidades de energia e de matéria-prima para criar produtos que sustentam as nossas vidas. Ao mesmo tempo, grandes quantidades de resíduos são enviadas para a atmosfera, rios, mares e terra, destruindo ecossistemas que são fundamentais para a nossa existência. A quantidade e velocidade do aumento do consumo, sobretudo desde a revolução industrial, já não se coaduna com a qualidade de vida de que os seres humanos precisam para sobreviver.
Um aspeto chave da economia circular baseia-se no conceito de que os materiais, acumulados na economia, funcionam como reservas manufaturadas para ganhar segunda vida e manter os produtos no ciclo comercial.
O diagrama da economia circular, conhecido como o diagrama borboleta, ilustra o fluxo contínuo de materiais numa economia sem desperdício, com base em dois ciclos principais – o técnico e o biológico. No primeiro, os produtos e os materiais são mantidos em circulação contínua através da aplicação de processos como a reutilização, reparação, remanufaturação e reciclagem. O segundo debruça-se sobre diferentes formas de regenerar a natureza através do uso de nutrientes derivados de materiais biodegradáveis.

Outro aspeto chave da EC é olhar para toda a cadeia de valor, recorrendo a processos eficientes para gastar menos recursos, através da melhor aplicação do design; o ecodesign, que significa a minimização de resíduos e de materiais, através de técnicas de reutilização de produtos e reciclagem de resíduos. A reutilização, reparação, redistribuição, reparação e a remanufaturação estão no cerne desta abordagem (círculo interior da Ilustração 2).

O círculo do meio representa fluxos de materiais no circuito de reciclagem, distinguindo entre técnicas materiais abióticas, tais como metais e minerais, e materiais biológicos. O círculo exterior representa os fluxos gerais de energia.
Cinco estratégias para o design circular:
- Fluxos estreitos de recursos: usam menos material e energia, i.e., usam menos produtos, componentes, materiais e energia no processo de design e de produção, entrega, utilização e recuperação do que ao longo da cadeia de valor.
- Fluxos lentos de recursos: usam durante mais tempo os produtos e componentes, definindo regras de durabilidade.
- Fluxos próximos de recursos: reutilizam materiais, i.e., reintroduzem resíduos pós-consumo no ciclo económico.
- Fluxos regeneradores de recursos: usam material renovável e não-tóxico e energias renováveis. Na maior parte dizem respeito ao ‘ciclo biológico’ da economia circular, mas também são relevantes para o ‘ciclo técnico’, especialmente no que diz respeito à utilização de energia renovável (ver ilustração 1).
- A quinta estratégia, informação, sustenta as outras quatro. As tecnologias de informação, como por exemplo a inteligência artificial, a internet das coisas, grandes dados ou plataformas online sustentam a EC mas também disseminam e promovem boas práticas.

Conclusões:
A ilustração mostra que o mundo não está no caminho certo.
A realidade que enfrentamos é dura – entre Glasgow e Paris foram consumidos meio bilião de toneladas de matérias virgens. A Lacuna e a Circularidade também pioraram.
Cinco anos de “Circularity Gap Reports” revelam o quão linear o mundo ainda é – só reciclamos 8,6% daquilo que usamos, o que deixa uma lacuna de circularidade de mais de 90%.
Pode parecer que o mundo está a arder, mas há uma solução: se aplicada globalmente, a economia circular pode ajudar a diminuir a Lacuna de Emissões.
Só trabalhando em conjunto é que conseguiremos fechar a Lacuna de Circularidade, de forma rápida e inclusiva para todos.
O que fazer?
A criação de um ambiente propício para os próximos cinco anos da transição circular pelo escalonamento de circularidade. As ferramentas orientadas a dados podem tornar a circularidade universal: Ferramentas digitais orientadas a dados podem escalar a circularidade.
Rastrear o progresso, usando métricas para avaliar a transição: sem medirmos, não poderemos agir.
Criar uma lente social para assegurar que a transição é segura e justa, com o apoio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Teresa Ponce de Leão, Presidente do Conselho Diretivo do LNEG
In Revista BOW, n.º 26 - Economia Circular, Sustentabilidade Empresarial e a Internacionalização
Descarregar aqui o artigo