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"O Muito, afinal é muito Pouco"
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo

No seu artigo e opinião do Dinheiro Vivo de 16 de maio, o presidente da AEP constata que as medidas de apoio à economia não estão a ser canalizadas, de forma significativa, para o segmento de pequenos negócios, do comércio, da indústria ou dos serviços, “confrontados com o enorme problema de tesouraria, que, se não for resolvido, porá em causa a sua sobrevivência e a manutenção de centenas ou milhares de postos de trabalho”.

Luís Miguel Ribeiro afirma que as empresas revelaram à AEP dificuldades no acesso às linhas de crédito, mesmo cumprindo os requisitos.

“As medidas de apoio à economia, em consequência da crise provocada pela covid-19, apesar de estarem na direção certa, revelam-se, logo à partida, insuficientes”, de acordo com o presidente da AEP. Tendo em conta que algumas linhas de crédito com garantia do Estado já foram encerradas, apesar do reforço da dotação para 6,2 mil milhões de euros, na sequência da “‘avalanche’ (expectável) de candidaturas”, Luís Miguel Ribeiro considera que “a primeira conclusão a tirar é a necessidade de o Governo continuar a reforçar o financiamento às empresas, que enfrentam uma carência séria de liquidez”, adiantando, no entanto, que “o reforço, por si só, não será suficiente. Importa assegurar a sua canalização para as empresas que realmente mais precisam”

“Sabemos que 96% do tecido empresarial é constituído por empresas com menos de dez trabalhadores, responsáveis pela maior fatia do emprego (45%) e do investimento (34% da FBCF empresarial)”, sublinha o presidente da AEP, acrescentando que “de forma inversa à sua enorme importância relativa, também sabemos que este é um segmento que revela uma menor capacitação técnica para aceder a pedidos de crédito junto da banca, situação que lhe confere uma desvantagem, nomeadamente se tivermos em conta que a ordem de entrada da operação também conta”

E Luís Miguel Ribeiro aponta dados da SPGM que mostram que cada operação de financiamento aprovada correspondeu, em média, a 125 mil euros, o que corresponde a “2,5 vezes o montante máximo que uma microempresa pode beneficiar na linha a que se candidata”, o que constitui “uma forte evidência de que o crédito não estará a ser canalizado, de forma significativa, para este segmento dos pequenos negócios”

Perante estes dados, o presidente da AEP interroga-se se não deveria o Estado pensar numa afetação global em função do peso do segmento empresarial na economia.  “Considerando o peso no emprego, significaria que 2,8 mil milhões de euros seriam canalizados para as microempresas. Sabemos que apenas cerca de 2,4 se dirigem ao conjunto das micro e pequenas empresas – longe do peso que ambos os segmentos representam. Uma aplicação proporcional corresponderia a afetar 3,98 mil milhões de euros”, conclui.  

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