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Espírito pouco solidário da Europa
A opinião de Luís Miguel Ribeiro no Dinheiro Vivo
Na sua coluna de opinião no Dinheiro Vivo de 4 de abril, o presidente da AEP considera que “esta é a altura em que a União Europeia deve demonstrar um dos principais valores em que se fundou – o espírito de solidariedade, que está hoje, mais do que nunca, posto à prova”. Isto porque “por mais boa vontade e empenho dos países europeus, a sua atuação individual será insuficiente para enfrentar esta pandemia, sobretudo naqueles com menor capacidade, como é o caso de Portugal”, afirma Luís Miguel Ribeiro.
Começando pela constatação de que “o mundo está mergulhado num cenário de gigantesca incerteza quanto ao impacto socioeconómico da pandemia”, o presidente da AEP evidencia a “situação excecional” que vivemos – “um choque económico que é simultaneamente da oferta e da procura” – e que considera requerer um combate excecional, sob pena da recessão se traduzir numa grave depressão global.
Luís Miguel Ribeiro faz referência à quebra do PIB entre cerca de 4% e 6% (dependendo de um cenário mais ou menos adverso, face ao potencial impacto das políticas das autoridades nacionais e europeias) projetada pelo Banco de Portugal para o ano em curso. “Em qualquer dos cenários, a queda no investimento e nas exportações será na grandeza dos dois dígitos”, sublinha, acrescentando que “também a nível dos dois dígitos voltará a estar a taxa de desemprego”.
Considerando que “a conta-gotas, a Europa tem vindo a anunciar algumas medidas positivas” em que destaca a política monetária do BCE, a suspensão das regras orçamentais europeias (cláusula de salvaguarda) e a reprogramação de fundos para prioridades mais emergentes (como a saúde e a manutenção do emprego), Luís Miguel Ribeiro sublinha que “não é dinheiro novo”. “Estamos muito longe da celeridade e dos montantes desejáveis, no quadro de uma situação de emergência”, afirma.
Embora ninguém tenha dúvida da necessidade do lançamento de um programa de recuperação da economia europeia para o período pós-crise, o presidente da AEP é, no entanto, de opinião que antes disso há ainda muito a fazer. “Nesta fase, temos de evitar, a todo o custo, uma destruição massiva da capacidade produtiva instalada” considera, acrescentando que “hoje, cada segundo de atraso conta mais do que nunca. Exige-se uma ação forte e coordenada das instituições europeias, com um plano que permita assegurar uma proteção das empresas, dos postos de trabalho e, consequentemente, do rendimento das famílias, impedindo uma escalada de falências e de desemprego e uma recessão muito profunda”.
“O brexit terá sido um primeiro 'abanão' na integração europeia. Se agora a União Europeia não demonstrar estar à altura, se pouco fizer, estarão em causa os fundamentos da sua existência”, completa Luís Miguel Ribeiro.
Veja aqui o artigo na íntegra
Começando pela constatação de que “o mundo está mergulhado num cenário de gigantesca incerteza quanto ao impacto socioeconómico da pandemia”, o presidente da AEP evidencia a “situação excecional” que vivemos – “um choque económico que é simultaneamente da oferta e da procura” – e que considera requerer um combate excecional, sob pena da recessão se traduzir numa grave depressão global.
Luís Miguel Ribeiro faz referência à quebra do PIB entre cerca de 4% e 6% (dependendo de um cenário mais ou menos adverso, face ao potencial impacto das políticas das autoridades nacionais e europeias) projetada pelo Banco de Portugal para o ano em curso. “Em qualquer dos cenários, a queda no investimento e nas exportações será na grandeza dos dois dígitos”, sublinha, acrescentando que “também a nível dos dois dígitos voltará a estar a taxa de desemprego”.
Considerando que “a conta-gotas, a Europa tem vindo a anunciar algumas medidas positivas” em que destaca a política monetária do BCE, a suspensão das regras orçamentais europeias (cláusula de salvaguarda) e a reprogramação de fundos para prioridades mais emergentes (como a saúde e a manutenção do emprego), Luís Miguel Ribeiro sublinha que “não é dinheiro novo”. “Estamos muito longe da celeridade e dos montantes desejáveis, no quadro de uma situação de emergência”, afirma.
Embora ninguém tenha dúvida da necessidade do lançamento de um programa de recuperação da economia europeia para o período pós-crise, o presidente da AEP é, no entanto, de opinião que antes disso há ainda muito a fazer. “Nesta fase, temos de evitar, a todo o custo, uma destruição massiva da capacidade produtiva instalada” considera, acrescentando que “hoje, cada segundo de atraso conta mais do que nunca. Exige-se uma ação forte e coordenada das instituições europeias, com um plano que permita assegurar uma proteção das empresas, dos postos de trabalho e, consequentemente, do rendimento das famílias, impedindo uma escalada de falências e de desemprego e uma recessão muito profunda”.
“O brexit terá sido um primeiro 'abanão' na integração europeia. Se agora a União Europeia não demonstrar estar à altura, se pouco fizer, estarão em causa os fundamentos da sua existência”, completa Luís Miguel Ribeiro.
Veja aqui o artigo na íntegra